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sábado, 24 de maio de 2008

Um pouco de tango contra o Parkinson

A dança melhora o equilíbrio e o controle motor dos pacientes
CILENE PEREIRA

Às vezes, o alívio para uma doença grave vem de onde menos se espera. É exatamente isso o que parece estar acontecendo em relação ao mal de Parkinson, doença cujas características são a perda progressiva da coordenação motora e dos movimentos musculares. Recentemente, cientistas da Washington University, nos Estados Unidos, anunciaram que o tango, a famosa dança argentina, pode ser uma boa estratégia de controle da doença. Dias antes, outro grupo de cientistas, na University Hospital Basel, na Suíça, publicou um trabalho mostrando que um remédio usado para controlar a pressão arterial reduz o risco de desenvolvimento da enfermidade.
A pesquisa que demonstrou os benefícios do tango foi feita com 19 pacientes. Parte deles foi orientada a freqüentar 20 sessões da dança com duração de uma hora. A outra foi submetida à mesma quantidade de aulas com exercícios criados especialmente para portadores da doença. Os participantes se encontravam em estágios semelhantes da enfermidade e eram avaliados antes e depois das aulas. Ao final dos testes, os cientistas constataram que aqueles que participaram das aulas de tango apresentavam maior capacidade de equilíbrio – em várias posições – e também melhor mobilidade funcional, como é chamada a capacidade de executar movimentos simples, mas dos quais depende a autonomia, como levantar-se de uma cadeira sem ajuda e andar pequenas distâncias. “O interessante é que esses benefícios foram usufruídos mesmo por aqueles que não dançavam há anos ou pensavam que não conseguiriam”, afirmou Gammon Earhart, coordenador do trabalho.
Os pesquisadores acreditam que os efeitos benéficos são derivados do fato de o tango requerer – e por isso mesmo estimular – alguns aspectos do movimento particularmente interessantes para ajudar no controle dos sintomas do Parkinson. Entre eles, a habilidade para se equilibrar, girar, iniciar um movimento rapidamente e andar para trás.
Na Suíça, depois de acompanharem 7,3 mil pessoas, os cientistas mostraram que as drogas bloqueadoras dos canais de cálcio – um dos gêneros usados contra hipertensão – diminuem em 23% a chance de desenvolvimento da doença. Não se sabe ainda por que isso acontece. Por aqui, a notícia animou especialistas como o professor Henrique Ferraz, da Universidade Federal de São Paulo, e Egberto Barbosa, da Universidade de São Paulo. “É importante encontrarmos mais recursos que protejam contra a doença”, afirma Barbosa. De fato, o Parkinson ainda é um desafio à medicina. Não há, por exemplo, o conhecimento dos fatores que podem prevenir a doença.





EXERCÍCIO: A dança exige habilidades como girar e andar rapidamente