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terça-feira, 10 de junho de 2008

Cuidando da saúde do bolso

Por Gustavo Cerbasi
Poupar é tão importante quanto comer, dormir e cuidar do corpo. São tarefas que garantirão nosso bem-estar nesta vida por mais tempo. Há tempos estudo a relação entre qualidade de vida e o uso do dinheiro, e é impressionante a constatação: quem sabe lidar com o dinheiro tem uma vida claramente mais saudável. Em uma sociedade que nos bombardeia com informações, obrigações, oportunidades, dificuldades e decisões numa intensidade extenuante, aqueles que conseguem eliminar os problemas financeiros de suas preocupações contam com um grande alívio mental que faz muita diferença no dia-a-dia. Pense bem: se, das preocupações que a família de classe média tem, fossem eliminadas todas aquelas ligadas ao dinheiro – prestações pendentes, reajustes do aluguel, matrícula da escola, cheque especial – a situação não ficaria bem melhor?
O fato é que muitos estão pagando por sua saúde física e mental o preço da indisciplina e da falta de cuidados com o dinheiro. A maioria das pessoas adota um padrão de vida do tamanho de sua renda, o que é um grave erro. A moradia é decidida de acordo com o espaço que se tem no orçamento para se pagar o aluguel; a compra do automóvel, com base na capacidade de "agüentar" o financiamento por alguns meses; a viagem de férias idem. Porém, a inflação engole nossa renda e, aos poucos, a família que empata em consumo tudo o que ganha começa a se deparar com a temerosa hipótese de ficar no vermelho, entrar no cheque especial, pagar juros monstruosos. E, com esse medo, começam os conflitos familiares, discórdia e imposição de limites que antes não existiam. Cortam-se do orçamento gastos certamente essenciais, como o lazer e o cuidado com a saúde. A vida passa a ser burocrática, um eterno recebimento e pagamento de contas.
Na verdade, é preciso desenvolver a consciência de que nossa capacidade e vontade de trabalhar não duram para sempre, e por isso o salário que ganhamos hoje tem que ser suficiente para sustentar nossa vida atual e também nossa aposentadoria. É preciso poupar pelo menos 10% do que ganhamos hoje, se quisermos ter um futuro minimamente digno e saudável. Se a renda de hoje não é suficiente, é porque escolhemos mal nosso padrão de vida – devemos encolhê-lo um pouco o quanto antes. E diminuir o padrão de vida não significa cortar o lazer e o bem-estar, mas talvez buscar uma moradia de aluguel menor e reduzir o padrão de nosso automóvel. Não se deve deixar de viver.
Poupar é tão importante quanto comer, dormir e cuidar do corpo. São tarefas que garantirão nosso bem-estar nesta vida por mais tempo. Mas, assim como aprendi em meus tempos de atleta que exagerar nos "cuidados com o corpo" pode fazer tão mal quanto dormir demais ou comer demais (eu nadava de três a quatro horas por dia...), poupar é uma atividade essencial que deve ser seguida sem exageros. Poupe o suficiente para garantir a preservação de seu bem-estar; não acredite que você será feliz deixando de usufruir hoje para ser rico amanhã, porque isso não acontecerá. Aqueles que poupam intensamente a vida toda descobrem, ao final de suas vidas, que não aprenderam a usufruir daquela riqueza acumulada, não aprenderam a viver. Viva em equilíbrio.

Gustavo Cerbasi é consultor financeiro, professor dos MBAs da Fundação Instituto de Administração e autor dos livros Filhos inteligentes enriquecem sozinhos, Casais inteligentes enriquecem juntos e Dinheiro – Os segredos de quem tem – (www.maisdinheiro.com.br)

Publicação: 29/05/2008

terça-feira, 20 de maio de 2008

Recompra de ações indica oportunidade

Empresas vão ao mercado para comprar seus próprios papéis; preços estão atraentes, dizem especialistas
Por Francine De Lorenzo
Comprar na baixa para vender na alta. Essa é a primeira lição dos especialistas para quem deseja investir em ações. A segunda, mas não menos importante, é ter sangue frio para não se deixar influenciar por perdas momentâneas.
Se por um lado as consecutivas quedas verificadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o início de maio assustam o mercado, por outro, podem representar uma boa oportunidade de negócios, garantem os analistas. Nas últimas semanas, empresas como Submarino, CSU Cardsystem, ABNote, Rossi Residencial e Bradesco anunciaram recompra de suas ações. "Isso mostra que os papéis estão realmente baratos", afirma o analista da corretora Souza Barros, Ricardo Tadeu Martins.
Revista Exame - 19/06/2006

Ouça o que eles dizem antes de investir

Um levantamento inédito feito pela Fundação Getulio Vargas e pela Thomson Financial, a pedido do Guia EXAME de Investimentos Pessoais, mostra os analistas que mais acertaram nas previsões sobre a bolsa
Por Giuliana Napolitano

Os relatórios de análises de ações produzidos pelas corretoras são um dos principais meios de que o leigo dispõe para se informar sobre a bolsa de valores e decidir em quais empresas investir.
São textos que descrevem a situação financeira das companhias abertas e recomendam comprar ou vender determinados papéis, estimando o potencial de alta ou de baixa para eles nos meses seguintes. A qualidade dessas previsões, porém, varia muito. Para criar uma referência para os investidores, EXAME publica o primeiro levantamento do mercado brasileiro que mostra quais são os melhores analistas de ações do país.

A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, com base no banco de dados Thomson One Analytics, da consultoria Thomson Financial.

Foram analisadas centenas de relatórios produzidos por 70 analistas das 25 maiores corretoras do país entre julho de 2004 e junho de 2006.

A FGV comparou a recomendação feita por esses profissionais com o desempenho real da ação na bolsa em cada semana, quinzena e mês e atribuiu notas a erros e acertos. Com base nesse sistema de avaliação, criou um ranking e duas categorias de premiação - a melhor empresa e o melhor profissional de análise de ações do mercado.

Os vencedores foram, respectivamente, a Merrill Lynch e os analistas Gilberto Pereira de Souza e Luiz Carlos Cesta, da Itaú Corretora.

Revista Exame 06/09/2006

Conheça o jeito mais seguro de investir na Bovespa

Diante da incerteza sobre o tamanho do ajuste no mercado acionário, hoje a forma mais segura de comprar ações é o POP
Por Márcio Juliboni
Momentos de turbulência não são, necessariamente, sinônimo de perdas na bolsa. Há várias estratégias para se defender em épocas como essa. Para os investidores menos experientes ou mais conservadores, a opção mais segura hoje é o POP (Proteção do Investimento com Participação), produto criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em fevereiro. Seu objetivo é reduzir os riscos de quem aplica no mercado de capitais – nada mal para quem quer continuar no pregão com a expectativa de obter um bom retorno mas não sabe se as perdas causadas pela crise do mercado hipotecário americano vão se agravar.
"Em termos de segurança, o POP sem dúvida é o produto do momento", afirma o diretor de Operações da Fator Corretora, Antônio Milano Neto. Todo POP garante ao investidor um preço mínimo de recompra das ações, o que reduz as expectativas de perda. Num exemplo hipotético, se o investidor contratou um POP cujo preço mínimo de recompra seja de 100 reais por papel, ele receberá esse valor no dia do vencimento da aplicação, mesmo que, no pregão, as ações estejam abaixo disso. "É uma opção interessante, porque permite controlar o risco em uma aplicação de renda variável", diz Otávio Sant’Anna, gerente de Home Broker da corretora Coinvalores.
Atualmente, há 118 tipos de contratos de POP autorizados pela Bovespa e pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Os produtos baseiam-se nos papéis de oito das companhias mais líquidas do pregão – Ambev, Bradesco, CSN, Itaú, Petrobras, Telemar, Usiminas e Vale do Rio Doce, além do PIBB (fundo de ações lançado pelo BNDES). Criados a partir de fevereiro deste ano, os primeiros POPs vencerão em 20 de agosto, mas há opções de aplicação que vencem até em meados de 2008. Cada POP é obrigado a informar o "capital protegido", isto é, por quanto o investidor poderá revender seus papéis, caso eles caiam abaixo desse piso. Para o POP da Ambev que vencerá neste mês, por exemplo, o capital protegido é de 120 reais. Se, no dia do resgate, a cotação for menor que esta, o aplicador ainda poderá vendê-los por esse preço.
Próximo de zero
O capital protegido é calculado com base na cotação dos papéis e em projeções para os próximos meses. Por isso, em alguns casos, esse "piso" pode conferir um risco próximo de zero às aplicações. Um exemplo é o POP montado com as ações preferenciais do banco Itaú (ITAU75). Essa aplicação vencerá em 18 de fevereiro de 2008. Seu capital protegido é de 85 reais – isto é, o investidor não receberá menos do que isso por seus papéis. Nesta terça-feira (14/8), esse POP era cotado a 86,43 reais na Bovespa. Um investidor que tenha aderido ao POP nesse preço já assegurou que perderá, no máximo, 1,65% daqui seis meses.
Contrapartida
É claro que segurança custa, e quem procura reduzir seus riscos também acaba abrindo mão de parte do potencial de ganhos. No POP também é assim. A contrapartida à garantia de um preço mínimo de recompra dos papéis que o investir receberá apenas parte da rentabilidade acumulada pelo papel durante o período da aplicação.
Conforme o POP escolhido, o aplicador só receberá 70% ou 80% do rendimento acumulado no período. A diferença ficará para a corretora que assumiu o risco de arcar com eventuais prejuízos para assegurar o preço mínimo do papel. Ainda assim, pode ser um bom negócio. "Em épocas de volatilidade, o princípio geral é preservar o patrimônio. Às vezes, é mais importante não perder, do que ganhar muito", afirma Júlio Capua, analista da America Invest.
O POP também está sujeito à mesma tributação de quem opera no mercado à vista de ações, e no mercado de opções, o que reduz mais o ganho líquido.
Passo-a-passo
Os POPs não são um fundo de investimento como o private equity, por exemplo, que tem um período determinado para captação e, depois, não recebe nenhum outro investidor. É possível comprar POPs até um dia antes de seu vencimento, se for interessante. Para quem pretende entrar nesse mercado, os especialistas dão os seguintes conselhos:
- comprar um POP, em essência, é comprar ações de uma empresa: por isso, escolha a companhia com melhores perspectivas de valorização;
- informe-se: o site da Bovespa traz um guia completo sobre o POP, bem como um simulador para analisar a rentabilidade do produto;
- procure uma corretora autorizada: apenas 26 corretoras têm permissão da Bovespa para operar com o POP; consulte a lista no site da bolsa;
- é possível solicitar a criação de um POP com papéis de uma empresa que não seja uma das oito já autorizadas. Neste caso, é preciso enviar uma requisição à CBLC e à Bovespa. Para ser autorizado, o novo POP precisa atender uma série de requisitos, como basear-se em papéis de uma companhia com boa liquidez.


Revista Exame 14.08.2007

A melhor escolha para você

O investidor tem hoje muito mais alternativas para aplicar o seu dinheiro. Aprenda aqui como se orientar nesse cenário cada vez mais complexo
No Brasil de até pouco tempo atrás, investir era facílimo. Bastava colocar seu dinheiro em um bom fundo de renda fixa e esquecer do assunto. Os juros elevados faziam o resto. Hoje, quem adotar essa atitude complacente vai, na melhor das hipóteses, preservar o valor de seu dinheiro no longo prazo. Para obter uma rentabilidade diferenciada e conseguir de fato tornar-se um investidor -- ou seja, alguém cujo dinheiro trabalha a seu favor --, o brasileiro terá de começar a fazer o que nunca fez com seriedade: correr riscos, pensar no longo prazo, planejar seus movimentos e calcular cuidadosamente a mordida do Fisco. Nessa hora, é normal que surja a dúvida: quais são, afinal, as melhores alternativas para cada tipo de investidor?
Para ajudar o leitor a encontrar a resposta, está nascendo o Guia EXAME de Investimentos Pessoais, a mais completa publicação do gênero já lançada no Brasil. Além da tradicional avaliação dos fundos de investimento, que EXAME realizou pela primeira vez em 1996 e que se encontra, portanto, em sua 11a versão, o guia inclui agora um elenco muito mais variado de temas, como ações, imóveis, aposentadoria, dólar e ouro. Acima de tudo, o objetivo desta edição é oferecer o maior número de facilidades e serviços para o leitor, visando torná-la uma ferramenta indispensável no processo de decidir o que é melhor para seu dinheiro.
A primeira seção do guia destina-se às ações. Grande esperança do mercado brasileiro durante muito tempo, os investimentos das pessoas físicas na bolsa só começaram a tornar-se realidade em maio de 2004, com o lançamento de ações da Natura. Hoje, 27 meses e 33 aberturas de capital depois, a bolsa entrou na agenda do pequeno investidor -- em julho, mais de 25% dos negócios realizados na Bolsa de Valores de São Paulo foram de pequenos investidores, percentual que era de meros 7% logo no início do Plano Real. Mas o que pode ser feito para turbinar os ganhos num mercado que é, por natureza, arriscado? O guia buscou a opinião das maiores feras do mercado para trazer a lista das ações mais promissoras, além de sugestões sobre as melhores estratégias para entrar na bolsa.
Exame 06/09/2006

4 tacadas certeiras na bolsa

Os caminhos mais indicados para que investidores de qualquer perfil de risco aproveitem as oportunidades de ganho com ações

Por Giuliana Napolitano
Não há dúvidas de que a bolsa brasileira está se sofisticando. Os sucessivos anúncios de aberturas de capital e a criação de regras confiáveis e transparentes para os acionistas são os exemplos mais visíveis da nova fase. Existe, porém, uma conseqüência menos óbvia, mas igualmente importante, da modernização do mercado: o surgimento de novas possibilidades para que os pequenos investidores diversifiquem a forma de aplicar em ações – e lucrem com isso. Hoje, eles podem optar por estratégias tradicionais, como pôr dinheiro num fundo que segue a variação do Índice Bovespa, ou escolher táticas mais especializadas, como montar uma carteira de ações formada apenas por empresas que pagam dividendos.
O sucesso dessas estratégias depende do momento do mercado – será difícil encontrar boas pagadoras de dividendos quando os lucros das companhias estiverem em baixa. Os resultados também dependem do perfil do investidor. Os conservadores devem ficar longe das aberturas de capital. "Quem sabe pouco sobre o mercado pode perder dinheiro, porque é complicado avaliar empresas que nem estrearam na bolsa", diz Ricardo Binelli, diretor da corretora paulista Petra. Para orientar os investidores, EXAME montou um roteiro que detalha quatro estratégias que costumam funcionar bem.
1 - Criar um clube de investimentos
Colegas de tênis no Clube Pinheiros, um dos mais tradicionais de São Paulo, criaram outro clube – de investimentos – em janeiro de 2003. "Começamos com dez amigos que queriam testar uma forma diferente de comprar ações", conta José Américo Souza, diretor aposentado do Banco do Brasil. "Ficamos surpresos com o resultado. De lá para cá, nossa carteira valorizou mais de 500%." Números como esse têm atraído cada vez mais investidores. Hoje existem 1.500 grupos do tipo no país.
Criar um clube de investimentos é simples. Basta reunir pelo menos três pessoas com o objetivo de comprar ações. Podem ser parentes, amigos, colegas de trabalho ou até desconhecidos reunidos por uma instituição financeira. Formado o grupo, é necessário escolher uma corretora para gerir a carteira e fazer recomendações de investimento. O serviço é pago. As corretoras cobram taxas que variam de 0,5% a 4% ao ano.
Uma vantagem dos clubes é o fato de serem mais flexíveis. Os participantes palpitam na gestão da carteira e escolhem o que comprar e vender. "Mas é claro que as corretoras fazem recomendações, o que é bom para quem quer aprender mais sobre o mercado", diz Milton Milioni, diretor da corretora Geração Futuro, que administra 160 clubes, inclusive o dos tenistas do Pinheiros. Os clubes também oferecem vantagens tributárias. O imposto de renda só é pago no resgate -- nos fundos, ele é semestral. Existem, no entanto, pontos negativos. "Há clubes com até 500 participantes que nem se conhecem. Na prática, é um fundo que não cumpre todas as suas obrigações legais", diz um executivo do mercado.
2 - Participar das estréias na bolsa
Participar de aberturas de capital -- os chamados IPOs, sigla em inglês de initial public offerings -- foi um dos melhores negócios da bolsa em 2004 e 2005. As ações das 18 empresas que estrearam no pregão da Bovespa nesse período subiram, em média, 9% apenas no primeiro dia de negociação, revela um estudo feito por Rodrigo Bresser Pereira, sócio da Bresser Asset Management, de São Paulo. Nos primeiros seis meses, a alta foi de 44%. Algumas empresas surpreenderam. Foi o caso da Lojas Renner: o preço de seus papéis dobrou em um semestre.
Esse desempenho vigoroso criou a ilusão de que era fácil lucrar com as aberturas de capital. É verdade, mas essa é uma estratégia arriscada para o pequeno investidor. Geralmente leigo, ele precisa avaliar - sozinho - o potencial da empresa que vai lançar ações. Sozinho porque a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proíbe os bancos e as corretoras que distribuem os papéis da novata de divulgar análises ou mesmo fazer comentários sobre a companhia por cerca de dois meses - desde o anúncio da operação até seu encerramento formal. (Nos últimos tempos, quase todas as corretores e bancos participaram desses IPOs). A saída é debruçar-se sobre o balanço da companhia para pinçar informações a respeito de receitas, lucro e endividamento, por exemplo. "O ideal é comprar uma história de crescimento, porque há mais garantias de que haverá retorno para o acionista", diz Ricardo Binelli, da Petra. Os analistas também recomendam selecionar companhias que sejam fortes em governança corporativa - de preferência, que façam parte do Novo Mercado, segmento da Bovespa que reúne as empresas mais transparentes e bem geridas do pregão.
É trabalhoso, sem dúvida, mas o esforço pode compensar. Quem analisou a metalúrgica Lupatech, por exemplo, embolsou um rendimento acima da média do mercado. Suas ações se valorizaram 11% da data da abertura de capital, em 15 de maio, até o fim de agosto -- período em que o Índice Bovespa caiu 8%. O caso da Lupatech ilustra o que a maioria dos especialistas espera para os IPOs dos próximos meses: haverá oportunidades de ganho, mas o retorno será bem mais modesto que o dos últimos dois anos. "O normal são ganhos mais moderados", diz Gilberto Kfouri Júnior, gestor do banco BNP Paribas. "Os resultados de 2004 e 2005 é que estavam fora do padrão." Segundo ele, os recordes desse período se devem a um cenário atípico, em que diversos fatores positivos para a bolsa ocorreram simultaneamente, como a sensível melhora do risco-país, a entrada maciça de estrangeiros no pregão brasileiro e o interesse dos investidores por novas empresas depois de anos sem aberturas de capital na Bovespa. Hoje, porém, tudo isso é passado. "Agora, o que conta é o potencial da empresa", diz.
3 - Aplicar em fundos de ações
É a forma mais conservadora de ingressar na bolsa - e, portanto, ideal para quem é leigo. Toda a gestão da carteira está a cargo de profissionais. O maior trabalho do investidor, nesse caso, é escolher bons administradores de recursos e analisar seu desempenho periodicamente, comparando-os com outros fundos. "Profissionais qualificados recebem uma série de relatórios de análises de ações de corretoras e, com isso, têm mais subsídios para tomar boas decisões", diz Kfouri. "Além disso, como acompanhamos o dia-a-dia do mercado, conseguimos perceber muitos movimentos de alta ou baixa na bolsa e nos antecipar." Outra vantagem dos fundos é a grande variedade de estratégias à disposição dos investidores. Existem no mercado desde carteiras bem tradicionais, como as que seguem a variação do Índice Bovespa, até alternativas mais sofisticadas, como as que aplicam apenas em ações de empresas pequenas e médias, com baixa liquidez, conhecidas como small caps. "O cotista consegue diversificar aplicando pequenos valores", diz Kfouri.
Esses serviços, é claro, têm um preço. Todos os fundos cobram taxas de administração -- que podem chegar a 5% ao ano --, e alguns descontam também taxas de performance da rentabilidade dos cotistas, que são proporcionais aos rendimentos. Uma desvantagem dos fundos é o fato de os investidores terem pouca -- ou nenhuma -- interferência na gestão das carteiras.
4 - Ganhar com dividendos
Todas as companhias brasileiras de capital aberto são obrigadas a distribuir um quarto de seu lucro em dividendos para seus acionistas. Essa regra cria uma oportunidade para os investidores que buscam retornos menos voláteis na bolsa: comprar ações de empresas grandes, estáveis e -principalmente - lucrativas para ganhar com a divisão de seus resultados. "Há menos sobressaltos porque os altos e baixos do mercado têm pouca influência nos lucros das companhias, especialmente mais maduras e de grande porte", diz Binelli, da Petra. Por isso, também é uma boa estratégia para quem pretende montar um portfólio de ações de longuíssimo prazo - direcionado, por exemplo, para financiar parte dos gastos com a aposentadoria. "O investidor tem a perspectiva de receber retornos mais consistentes."
As pagadoras de dividendos mais tradicionais da Bovespa são CPFL Energia, Itaú, Telesp, Souza Cruz e Petrobras -- isso, é claro, quando a estatal petrolífera não decide usar seus lucros para cobrir o rombo bilionário do fundo de pensão de seus funcionários, como ocorreu recentemente. A Telesp, por exemplo, pagou a seus acionistas um adicional de quase 16% sobre o preço de suas ações nos últimos 12 meses. Isso significa que, em um ano, os investidores embolsaram uma valorização de 16%, fora a alta das cotações do papel, que foi de 46% no período.
A estratégia de viver de dividendos é bastante comum nos Estados Unidos. É uma das receitas de sucesso do famoso grupo de investidoras americanas, as Beardstown Ladies. Essas senhoras, que têm entre 50 e 85 anos e vivem em Beardstown, cidadezinha de 6 000 habitantes no Meio-Oeste americano, criaram um clube de investimentos que se tornou lendário por investir em ações de empresas conhecidas e superar o rendimento médio da bolsa de Nova York por mais de uma década.
Revista Exame 06/09/2006

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Investidores movem recursos de fundos de curto prazo para outros de maior risco

Por: Equipe InfoMoney 05/05/08 - 19h31
InfoMoney SÃO PAULO
- Investidores saíram de fundos de curto prazo e moveram-se em direção a carteiras de maior risco, segundo aponta o relatório semanal da consultoria EPFR Global - correspondente ao período de sete dias terminado em 30 de abril.
Antecipando-se à última reunião do Federal Reserve, terminada na quarta-feira passada, investidores resgataram US$ 32,4 bilhões de fundos de curto prazo ao redor do mundo.
Mais risco no portfólio "Investidores estão incluindo mais risco em seus portfólios como transpareceu nos últimos dados de fluxo, na medida em que fundos de títulos de yield elevado, fundos de ações de mercados emergentes e de small caps norte-americanas registraram entrada de recursos", justificou o diretor da EPFR Global, Brad Durham, em relatório.
Nos Estados Unidos, os fundos de ações registraram resgates líquidos de US$ 2,83 bilhões na semana que antecedeu a esperada decisão do Fed. Porém, as saídas registradas foram de fundos de large caps, enquanto as small caps apresentaram aplicações líquidas, "mais um sinal de visão positiva do mercado", avalia o analista-chefe da consultoria, Cameron Berndt. Europa: aversão ao risco Os fundos de ações europeus registraram resgate líquido na última semana.
O relatório da EPFR Global explica que, apesar da maioria das retiradas de recursos terem sido de apenas um fundo alemão, os dados do fluxo do continente revelam que os investidores acreditam que o pior ainda está por vir na região.
Emergentes: ações seguem captando Pela terceira vez em quatro semanas, os fundos de ações de mercados emergentes apresentaram captações fortes, o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2007.
Os fundos de ações de emergentes asiáticos registraram captação líquida de US$ 1,4 bilhão. Os fundos de ações dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram a maior captação líquida em 12 meses. Segundo os dados da EFPR Global, os fundos de ações de mercados emergentes e da América Latina tiveram as seguintes captações: Performance em milhões Região Captação Líquida Global Emerging Markets 1.028 América Latina 336,57 BRIC 462,12