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domingo, 1 de março de 2009

O dinheiro não nos traz
necessariamente a felicidade.
Uma pessoa que tem dez milhões
de dólares não é mais feliz
do que uma que tem nove milhões.
H.Brown
O dinheiro não é tudo!
Não se esqueça também do ouro, dos diamantes, das platinas e das propriedades.
Tom Jobim.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Clube de investimentos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Clubes de investidores)
Ir para: navegação, pesquisa
Um Clube de Investimento (em inglês: Investment Club) é um tipo de associação sem personalidade jurídica e com fins lucrativos que congrega exclusivamente pessoas físicas interessadas com o mesmo fim relacionadas com o investimento no mercado de capitais especificamente, mas que terão seus interesses guiados por um gestor encarregado de tomar conta do processo de tomada de decisão.
Índice
1 História
2 Riscos
3 Legislação portuguesa
3.1 Direito Internacional
3.2 Direito Português
4 Legislação brasileira
4.1 Direito brasileiro
5 Normatização Bovespa
6 Notas e Referências
7 Ligações externas
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História
Os primeiros clubes de investimento de que há registo, tiveram origem nos países anglo-saxônicos, nomeadamente nos Estados Unidos da América, por volta de 1800.[1] Numa altura em que o mercado de capitais se encontrava em plena ebulição e em que ninguém queria ficar de fora, surgem pequenos grupos de investidores que reuniam recursos humanos e financeiros no sentido de maximizarem o seu investimento diminuindo o handicap relativamente a outros investidores com mais recursos financeiros e fundamentados na pulverização do risco através da diversificação de estratégias de investimento.[2]

Riscos
A falta de legislação em muitos países que ampare e regule a constituição, objectivos e, principalmente, a gestão do fundo comum, é uma preocupação séria na medida em que facilmente o clube de investimento pode ser utilizado como veiculo a actividades de consultoria ou intermediação financeira não autorizada. Para além de que, pela falta de limites legais na gestão do fundo comum, esta poderá ser gravemente descuidada e traduzir em elevados prejuízos para todos os membros.[2]

Legislação portuguesa
Em Portugal não existe qualquer tipo de legislação e regulamentação especifica para este tipo de actividade, que defina ou regule os clubes de investimento em particular, devendo estes respeitar a Lei em geral e no que respeita ao Código de Mercado de Valores Mobiliários.
No entanto, destaca-se no âmbito do caracter de associativismo, os seguintes principios:

Direito Internacional
Declaração Universal dos Direitos do Homem (aprovada em 10 de dezembro de 1948): Artigo 20:
"Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação."
Convenção Europeia dos Direitos do Homem (de 1950): Artigo 11: Liberdade de reunião e de associação

Direito Português
Constituição portuguesa de 1976 (CRP - aprovada em 2 de abril de 1976): Artigo 46: Liberdade de associação
Código Civil Português de 1966 (CCP - atualizado em 1977): Pessoas colectivas
Embora de um modo generalista, estas Leis acolhem o direito á associação, o que, para todo o efeito, é o que se concretiza com a constituição de um clube de investimentos, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, um organismo público português, supervisiona e regula os mercados de valores mobiliários e instrumentos financeiros derivados e a actividade de todos os agentes que neles actuam.

Legislação brasileira
Direito brasileiro
Constituição Brasileira de 1988 - Artigo 5: Liberdade de associação
Código civil brasileiro (de 1916, atualizado em 2002): Artigo 53: Das associações
A constituição e o funcionamento de clubes de investimentos é regulamentado pela Comissão de valores mobiliários (CVM), uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil. A Instrução CVM Nr. 40, de 7 de novembro de 1984[3] concretiza - entre outros - a definição, a estrutura, o registro em bolsa e na Receita Federal e a administração de um clube de investimento. Até outubro de 2005, a Bolsa de valores de São Paulo registrou mais de 1.200 clubes de investimentos no Brasil, com um patrimônio de aproximadamente R$ 5 bilhões e 111 mil cotistas.[4]

Normatização Bovespa
A Bolsa de Valores de São Paulo, Bovespa, controla e fiscaliza a constituição e andamento dos clubes de investimento. Ele determina também por meio de suas normas internas limites máximos e mínimos de concentração de ativos, não permitindo que os gestores de carteira não se adequem a eles.
Pelas normas da Bovespa, o número máximo de cotistas é de 150. Há exceção se o clube for ligada a alguma sociedade, empresa ou outro vínculo associativo.
O gestor não pode ser remunerado e deve ser cotista do clube. Para ser remunerado ele deve estar habilitado na CVM como gestor de carteira CVM.

Notas e Referências
Wikipedia, The Free Encyclopedia: Investment club, acessado em 5 de julho de 2007
2,0 2,1 Octávio Viana. ”Estudos no Mercado de Capitais”, Associação de Investidores e Analista Técnicos do Mercado e Capitais (ATM), Porto, 2006
CVM: Instrução CVM Nr. 40, acessado em 5 de julho de 2007
Bovespa, 14.10.2005: Por dentro do mercado, acessado em 5 de julho de 2007

Ligações externas
Comissão de Valores Mobiliários - Brasil
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - Portugal
Bovespa: Criação de um clube de investimento
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_investimentos"
Categorias: Organizações Mercado financeiro Mercado de capitais

Como formar um clube de investimento

18/10/2007 16h45
Como formar um clube de investimento
Se você está pensando em investir em ações, que tal convidar alguns amigos para criar um clube de investimento? Essa é a maneira pela qual muitas pessoas estão descobrindo os segredos do mercado de ações, afinal, desde que surgiram no Brasil, em 1996, os clubes de investimento não param de aumentar.
Até setembro, cerca de 150 mil pessoas participavam de 2.022 clubes em todo o país, segundo dados da Bovespa. "Um clube é uma escola de investidores", resume Giácomo Oliveira, que coordena 130 clubes pela Corretora Spinelli.
Enquanto num fundo de ações o investidor apenas se limita a fazer aportes de dinheiro sem se preocupar com a gestão, num clube, o cotista pode participar ativamente da política de investimentos, decidindo quanto e em qual ação irá investir. "É um ambiente propício à proliferação de informações a respeito deste mercado", avalia Oliveira.
E se engana quem pensa que montar um clube de investimento é um bicho-de-sete-cabeças. Pelo contrário. O primeiro passo é reunir um grupo de no mínimo três pessoas e de no máximo 150 participantes.
Objetivo comum
O ideal é que tenham interesses em comum, como um grupo de amigos ou de colegas de trabalho que queiram guardar dinheiro para a aposentadoria.
Com um objetivo assim, fica mais fácil chegar a um consenso na hora de decidir que tipo de papel comprar ou quanto investir em determinada empresa.
O segundo passo é procurar uma administradora, que poderá ser uma corretora, uma distribuidora de títulos ou um banco.
O administrador cuida da parte burocrática do investimento, como manter o cadastro dos participantes, receber e conciliar os aportes de dinheiro ou custodiar os ativos.
Quando o grupo decidir em que papel investir, será a administradora que irá concretizar o negócio.
Feita a escolha, a próxima etapa será a preparação do estatuto social, que é o conjunto de normas que deverão ser seguidas para o funcionamento do clube.
Nele constarão, por exemplo, a quantidade e o valor de cada cota do clube, a taxa de administração, a política de investimentos e a composição da carteira do clube.
Vale lembrar que, pela lei, nenhum participante pode deter mais de 40% das cotas e o clube deve, obrigatoriamente, investir pelo menos 51% do seu patrimônio em ações.
Se tudo estiver certo com o estatuto, o clube poderá ser registrado na Bovespa e na Receita Federal e, a partir daí, começar a operar.
MAIS

Clube de Investimentos

Grupo de pessoas físicas (máximo de 150) que aplica recursos de uma carteira diversificada de ações e títulos de renda fixa, administrada por uma instituição financeira autorizada (Sociedade Corretora ou Banco de Investimento).
VEJA OS LINKS ABAIXO:

Mulheres na bolsa

Branbix
Independentes e ousadas, elas ganham espaço no mercado de capitais, antes exclusivo dos homens
Por ana paula kuntz

Se você ouvir um grupo de amigas falando de bolsa, não pense que estão discutindo acessórios de moda. O tema pode ser investimento financeiro, pois as mulheres estão conquistando seu espaço no universo das finanças, tradicionalmente dominado pelos homens. Os números comprovam essa tendência mundial. Um site inglês publicou, recentemente, pesquisa revelando que as carteiras administradas por elas, na Inglaterra,cresceram cerca de 10% entre julho de 2003 e julho de 2004, enquanto eles exibiram meros 6% de crescimento. No Brasil, estudos indicam que 16% das mulheres afeitas ao cuidado com o dinheiro investem em ações. Já é quase os 20% registrados entre os homens. Os dados foram apresentados na última edição da Expo Money, feira de exposições sobre finanças. Das que passaram por ali, 64% tinham menos de 34 anos de idade, 70% não possuíam dependentes e 62% obtinham imóvel próprio. “Esse perfil reflete uma mudança cultural e social profunda”, diz Robert Dannenberg, presidente da Trade Network.
Ousadia e interesse não faltam. O que elas buscam, agora, é mais segurança para enfrentar os riscos e a instabilidade do mercado de capitais. A melhor porta de entrada, segundo Dannenberg, são os clubes de investimento. Já há alguns exclusivamente femininos. Um deles é coordenado pela consultora de investimentos carioca Sandra Blanco. Antes formado por três integrantes, o clube hoje conta com 60 mulheres de todo o Brasil, que investem em ações de 11 empresas, como Petrobras e Gerdau. O clube já passou por altos e baixos: os rendimentos mensais variaram de 11,21% a 6,65% negativo. Mas o investimento está dando lucros. Desde que foi criado, há dois anos, a expansão foi de 77%. Apesar do sucesso, Sandra garante que é difícil convencer as companheiras a investir em bolsa. “Apesar de cautelosas, elas deslancham quando entendem o negócio”, diz. Mas os clubes não são o único caminho. A Bovespa aposta no preparo da mulher para encarar sozinha os riscos do mercado. Para isso lançou o “Mulheres em Ação”, cujo foco é a educação financeira. Com palestras e cursos, o objetivo é disseminar a informação. Para quem precisar. “Os homens também são bem-vindos”, resume.

O perfil da investidora
64% têm menos de 34 anos de idade
70% não possuem dependentes
62% têm imóvel próprio

Fonte: Trade Network/ Expomony

Você entregaria seu investimento

Arte: Evandro Rodrigues
US$ 500 bilhões são administrados por cérebros eletrônicos nos Estados Unidos e na Europa
Corretoras lançam aplicações administradas por cérebros eletrônicos segundo a teoria do caosPor alexandre teixeira

A descrição do projeto está mais próxima da ficção científica do que das finanças: clubes de investimento geridos segundo técnicas de inteligência artificial e teoria do caos. Duas corretoras paulistas, a Gradual e a SLW, abriram quase simultaneamente grupos que terão suas aplicações em ações administradas por um cérebro eletrônico desenvolvido por uma empresa de tecnologia financeira chamada Phynance. A proposta é radical: gestão de ativos totalmente livre de interferência humana. Ou seja, as decisões de compra e venda de papéis não dependerão de análises da conjuntura e das empresas nem da interpretação de gráficos com as trajetórias das ações. Apenas da antecipação, feita por uma máquina, dos movimentos do mercado. No caso da Gradual, o papel do gestor limitou-se à escolha inicial de 10 ações com alto nível de liqüidez e boas perspectivas de longo prazo. A partir daí, as ordens de compra e venda são dadas pelo computador. Soa um tanto amalucado, mas os primeiros resultados são animadores. No teste que fez entre 15 de janeiro e 15 de março, o gestor Marcelo Sugueno obteve ganho de 21,7% para sua carteira, contra 4,44% do Ibovespa.

Conhecido como estratégia quantitativa, esse método de gestão é bem conhecido nos mercados mais desenvolvidos. Cerca de US$ 500 bilhões são administrados por essa espécie de piloto automático nos Estados Unidos e na Europa. As primeiras tentativas de se usar a teoria do caos na previsão de movimentos dos mercados foram feitas em 1994 no Instituto de Santa Fé, no Novo México. Os estudantes de graduação em física J. Doyne Farmer e Norman Packard (celebrizados no livro Profetas de Wall Street) transformaram a teoria em prática quando fundaram a Prediction Company e passaram a vender previsões mercadológicas e recomendações de compra e venda de ações. Com um modelo matemático famoso por “adivinhar” onde a bolinha de uma roleta vai parar assim que ela começa a girar, Farmer e Packard mostraram ser possível prever o comportamento das ações em uma bolsa de valores assim que o pregão é aberto. As ferramentas desenvolvidas desde então não funcionam bem para previsões de longo prazo. Mas são muito boas para horizontes de um dia ou dois – universo onde operam os chamados day traders.

O pai do primeiro modelo brasileiro comercialmente viável para esta finalidade é o professor Fabio Bretas, um físico com 10 anos de experiência no mercado financeiro (a maior parte deles passados no BankBoston). Para ele, o trabalho dos analistas e gestores que escolhem as ações para montar uma carteira continua sendo indispensável. Mas a inteligência artificial é imbatível quando o que conta é a rapidez para detectar movimentos em mercados complexos e identificar possibilidades de ganho. “O problema no passado era falta de informação. Hoje, é o excesso”, diz Bretas. “Nos Estados Unidos, você já tem robozinhos comprando e vendendo ações praticamente por conta própria.”

Pelo sistema da Phynance, todos os dias, cerca de 10 minutos antes do encerramento do pregão da Bovespa, as corretoras clientes recebem uma mensagem com as recomendações de compra de ações para iniciar a jornada seguinte. Sugueno, da Gradual, limita-se a adequar a carteira do clube de investimento “quântico” da corretora – que até a segunda-feira 10 tinha sete participantes – às novas coordenadas. Mas Roberto Caliani, da SLW, não resiste à tentação de temperar as indicações do cérebro eletrônico com um pouco de inteligência natural. “Às vezes eu não me agüento”, justifica, meio constrangido. “Ainda tenho o cacoete de operador.”


O QUE É A TEORIA DO CAOS
O conceito básico da teoria do caos é a impossibilidade de se fazerem previsões de longo prazo em sistemas dinâmicos. Isso porque eles são sensíveis às chamadas condições iniciais. Na economia, o exemplo clássico são os boatos nas bolsas, capazes de alterar a tendência do pregão. A teoria do caos busca no aparente acaso uma ordem determinada por leis precisas, que torna possível fazer previsões confiáveis para fenômenos de curto prazo.

Clube das mulheres

Fotos: Zeca Caldeira


Gisela Russo, empresária: Consultoria sob medida na hora de escolher as aplicações, como fundos de investimento

Clube das mulheresElas já são donas de 52% das contas correntes do Brasil. Saiba o que as instituições financeiras estão criandopara esse mercadoPor geraldo magella
Um acessório ganha, a cada dia, mais espaço nas bolsas femininas: os cartões de banco. Levantamento feito pelos organizadores da Expomoney, feira sobre investimentos que acontece no final deste mês, em São Paulo, mostra que as mulheres já são a maioria no sistema financeiro. Das quase 74 milhões de contas correntes ativas no Brasil, 52% têm mulheres como titular. O poderio financeiro feminino é tamanho que as instituições se preocupam, cada vez mais, em oferecer serviços e produtos específicos para elas. No Banco do Brasil, por exemplo, as mulheres são titulares de 46% das 21 milhões de contas correntes, têm 33% dos fundos de investimento, 38% das contas de previdência privada e 35% da carteira de seguro de veículos. “O homem é mais impulsivo na hora de investir”, diz Jacinta Portela, gerente executiva do Banco do Brasil. “A mulher busca informações, ouve, analisa e, depois que decide, tem mais paciência para esperar pelo retorno”. Maria Eugênia, psicóloga: Contas em dois bancos e planos de comprar ações

Essa diferença no comportamento dos sexos quando o assunto envolve finanças leva a uma mudança na forma de atendimento. O Banco Real planeja criar uma área exclusiva para mulheres na mesa da sua corretora. Na Expomoney, a consultora de investimentos Sandra Blanco terá uma sala para atender as convidadas. “As mulheres passaram a dar mais atenção à sua vida financeira”, diz Sandra. “Como, em geral, ganham menos que os homens e vivem mais, elas precisam de investimentos que garantam um futuro tranqüilo”. Além de prestar consultoria financeira a suas clientes, Sandra tem um site voltado para o público feminino (www.mulherinvest.com.br) e também participa de um clube de investimento de ações só para mulheres no Rio, onde mora. Segundo ela, o perfil da investidora tem mudado nos últimos tempos. “Primeiro elas trocaram a poupança pelos fundos de investimento”, lembra Sandra. “O próximo passo é chegar às aplicações de maior risco, como o mercado de ações”.

Esse é o caso da psicóloga paulista Maria Eugênia de Mathis. Titular de duas contas correntes, uma no Citibank e outra no Itaú Personnalité, Maria Eugênia se preocupa com segurança e rentabilidade. “Minhas aplicações estão em fundos de investimentos, um moderado e outro conservador”, afirma. Mesmo em início de carreira, a psicóloga se programa para economizar e investir todo mês uma parcela de sua renda. Seus planos futuros incluem aplicações em renda variável. “Hoje meus investimentos são mais conservadores”, reconhece Maria Eugênia. “Mas quando tiver fôlego, penso em investir em ações”.

Há tempos que o mercado de capitais deixou de ser exclusivamente masculino. Das mais de 180 mil contas ativas na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – condição necessária para quem quer comprar e vender ações – cerca de 17% são movimentadas por mulheres. Esse dado não leva em conta o número de mulheres que participam de clubes de investimento, que operam na Bolsa de Valores como pessoas jurídicas. “Hoje temos clubes de investimentos de mulheres espalhados por todo o país”, afirma Ângela Barros, coordenadora do programa “Mulheres em Ação”, da Bovespa. “Somos investidoras fiéis, escolhemos empresas transparentes, que valorizam os acionistas, e temos paciência para esperar o retorno no longo prazo”.

Quem prefere investimentos de pouco risco também não tem do que reclamar. A empresária Gisela Russo, dona de uma lavanderia industrial em São Paulo, tem o perfil mais conservador. Seu banco, o Real, sabe disso e sempre lhe oferece produtos com essa característica, como fundos de investimento e crédito imobiliário. “Sempre procuro a área de assessoria do banco para esclarecer as minhas dúvidas”, diz Gisela, que por dez anos trabalhou na área de private banking de uma instituição. “Hoje, a concorrência entre os bancos está muito acirrada e nessa busca para fidelizar os clientes, nós mulheres somos uma parcela decisiva”.
Bolsa de valores: 17% das 180 mil contas do mercado de ações têm mulheres como titular

CLUBE DOS INVESTIDORES

Tenistas, médicos, professores e estudantes reúnem-se paraapostar na Bolsa. Com isso, reduzem os custos das aplicações Miriam Kênia


Tenistas, do clube alto de Pinheiros: Entre uma tacada e outra, decisões sobre a compra de ações
Faça um exercício de imaginação. Sabe aquela típica cena do pregão da Bolsa? Operadores financeiros agitados disputando aos gritos a compra e venda de papéis. Então, congele essa imagem. Agora, tente colocar essa situação dentro de uma quadra de tênis. Impossível? Tente de novo, só que dessa vez use como cenário um consultório médico. Se continua difícil, observe a realidade. Fatos inusitados como esses já ocorrem em universidades, fábricas, teatros e até na praia e fazem parte do projeto Bovespa Vai Até Você. Em São Paulo, o exclusivo Clube Alto de Pinheiros, que reúne as classes média e alta paulistana, abriu espaço para o mercado financeiro. Todas as quintas-feiras, por volta das oito horas da noite, o engenheiro Eduardo Teixeira Júnior, o consultor de empresas Eduardo Di Pietro Sobrinho, a analista de sistemas Walkíria Pervelho e outros tenistas aproveitam os intervalos das disputadas partidas, deixam de lado as raquetes, e discutem estratégias para um outro desafio. Juntos, eles formaram um clube de investimento em ações e estão em busca dos lucros.
Lançado há apenas três meses, o projeto da Bolsa para incentivar as aplicações entre as pessoas físicas por meio de clubes de investimento já mostrou-se bem-sucedido. Nesse período, 17 novos clubes foram criados. Essa modalidade de aplicação é parecida com um fundo de ações. Só que os sócios participam das estratégias de gestão junto com a corretora responsável pelos investimentos. Além disso, são os próprios investidores que definem o valor das aplicações mensais. A única regra é que um aplicador não pode sozinho concentrar mais de 40% do total do patrimônio. Para atrair novos investidores, profissionais da Bolsa fizeram uma série de visitas a vários tipos de instituições. Apresentaram as regras do mercado acionário e prestaram consultoria técnica.
Em uma dessas empreitadas, surgiu o clube de investimento dos tenistas do Clube Alto de Pinheiros. “Descobri que posso planejar a minha aposentadoria com a compra de ações”, diz a analista de sistema Walkíria Pervelho. Outros sócios, como o engenheiro Everardo Teixeira, utilizam essa modalidade de investimento como uma forma de iniciar os mais jovens no mercado acionário. Ele comprou duas cotas de participação no clube, uma para cada um dos seus filhos.
Cíntia e Francisco: Juntos em casa, no consultório e no pregão
Porém, não são só os novatos que estão aderindo à formação de clubes de investimento. O médico Francisco Erivaldo Alves pode considerar-se um veterano no pregão, pois há dois anos fez a sua primeira aplicação. Ele comprou ações da Vale do Rio Doce por meio do seu FGTS ( Fundo de Garantia). Depois, arriscou uma parcela maior com recursos próprios. A cada passo, o seu interesse pelos lucros da renda variável aumentava. Só que esbarrou em um entrave. “O custo de corretagem para valores mais baixos fica muito alto”, diz Alves. A solução foi formar um clube de ações. Ligou para a coordenação do projeto Bovespa Vai até Você e agendou uma reunião com os colegas de consultório. Só que precisava de, no mínimo, três sócios (pode ter no máximo 150 participantes) para fazer a aplicação. O problema é que apenas um amigo se animou. Acabou convencendo a sua esposa Cíntia, que também é médica, a colocar as suas economias no clube de ações.
O empenho de Francisco Alves para formar o seu próprio clube foi aplaudido com louvor pelo presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho. O clube é uma ótima saída para aumentar o poder de força do investidor. “Juntos, os participantes terão as mesmas condições dos grandes investidores. Com um montante maior de recursos podem fazer operações mais arriscadas e mais promissoras nos lucros. Além disso, os custos são rateados”, afirma Magliano.

Bolsa entre amigos

Clubes de investimento atraem investidores de primeira viagem. E você, já pensou em montar um? ANA CLARA COSTA



CLUBE DO COFRINHO: Chen Shao Nan (deitado) incentivou o neto Rodrigo (centro) e os amigos a investir na bolsa

Nunca se falou tanto em ações no Brasil. Em mesas de bar, filas de banco ou qualquer outra situação que aglomere amigos, colegas de trabalho ou desconhecidos, falar sobre a Bovespa tornou-se lugar-comum. Se você observa de fora essa movimentação, tem vontade de participar, mas sabe ainda muito pouco sobre renda variável, uma opção interessante é montar um clube de investimento. Em um primeiro momento, pode parecer complicado. Mas não é. As corretoras de valores possuem equipes especializadas para auxiliar os leigos, e a taxa de administração do clube diluída entre os membros pode tornar a aplicação bastante atraente. Existem atualmente 1.931 clubes cadastrados na Bovespa. Juntos, acumulam um patrimônio líquido de R$ 12,8 bilhões. Dez anos atrás o número de clubes não passava de 162, e o patrimônio era de apenas R$ 97,3 milhões.
Rodrigo Chen, de 26 anos, não sabia absolutamente nada de mercado financeiro até o dia em que seu avô, Chen Shao Nan, decidiu apresentar a Bovespa a ele e alguns amigos da faculdade. Na época (2003), estudava Engenharia Mecatrônica na Poli (USP) e não dispunha de um grande capital para investir. Foi quando descobriu a existência dos clubes de investimento. O grupo gostou da idéia e montou o Clube do Cofrinho. Hoje, são 26 membros. O avô ficou tão orgulhoso que também quis participar. "Começamos com uma carteira mais conservadora, comprando Petrobrás e Vale", conta Rodrigo. Desde então, as cotas se valorizaram 160%. Ele tomou gosto pelas ações e aprendeu a investir sozinho. "Invisto pela internet", conta.
Para montar o seu, a dinâmica é simples. "O primeiro passo é procurar uma corretora de valores", explica Doraci R.M. Julia, assessora de investimentos da Gradual Corretora. Criar o nome do clube e cadastrá-lo na Bovespa são as etapas seguintes, assim como estabelecer um estatuto a ser seguido pelos membros. Outro passo é nomear, entre os membros, um representante que terá o auxílio da corretora para movimentar a carteira. "O representante tem autonomia para movimentar, mas nós fazemos as recomendações", explica Doraci. Mas como ainda não é possível formar um clube com menos de três membros, se um investidor quiser participar de um, pode procurar os clubes abertos das corretoras. "Qualquer pessoa pode participar.", diz Robson Queiroz, diretor comercial da Corretora SLW.
Representante de seu próprio clube, o engenheiro Reginaldo Furlan montou há três anos o Clube Dimensional, juntamente com outros cinco colegas que na época trabalhavam com ele no grupo Ipiranga. Registrado na Gradual Corretora, o clube tem treze cotistas, entre engenheiros e familiares. "Logo que abrimos o clube, a bolsa caiu e todos ficaram com medo. Mas com o tempo, adquirimos confiança e percebemos que os ganhos viriam a longo prazo", conta o engenheiro. A rentabilidade acumulada após três anos foi de 107%.
TENISTAS: clube de José Américo (terceiro da esq. para a dir.) rendeu 1.200%
Os clubes podem ter até 150 cotistas. Acima disso, podem se transformar em fundo de ações. É o que pretende o Clube dos Tenistas do Esporte Clube Pinheiros. Criado em 2003, chegou a R$ 10 milhões de patrimônio. Em quatro anos, a rentabilidade foi de 1.200%. Um dos fundadores, o advogado José Américo Souza, de 71 anos, hoje investe todo o seu capital no clube. "É mais garantido que a poupança", diz.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

assine e durma com a certeza do dever cívico cumprido.


""É importante e urgente.
Exerçam seus direitos de cidadãos. Se vocês não concordam com a criação da CSS (recriação da CPMF), demonstrem essa sua discordância. Acessem o site abaixo e participem dessa campanha da Rádio Eldorado em conjunto com o Jornal "O Estado de São Paulo" e votem contrario à CSS. Pode ser que o site esteja congestionado e demore um pouco. Talvez até uns três minutos. Mas o que são três minutos se levarmos em conta a possibilidade de se acabar com essa sangria desatada para favorecimento de alguns? Logo após votarem, enviem este mesmo e-mail para todos de sua lista de contatos. Vamos fazer a rede funcionar. Sei que vou receber um monte de mensagens de volta, mas sei que estou contribuindo. Vale o preço.Um grande abraço a todos
Seussonho""
RECEBI POR E-MAIL ACHEI IMPORTANTE E RESOLVI POSTAR. Eu fiz a minha parte, faça a sua. Dê um basta nesta situação.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Cuidando da saúde do bolso

Por Gustavo Cerbasi
Poupar é tão importante quanto comer, dormir e cuidar do corpo. São tarefas que garantirão nosso bem-estar nesta vida por mais tempo. Há tempos estudo a relação entre qualidade de vida e o uso do dinheiro, e é impressionante a constatação: quem sabe lidar com o dinheiro tem uma vida claramente mais saudável. Em uma sociedade que nos bombardeia com informações, obrigações, oportunidades, dificuldades e decisões numa intensidade extenuante, aqueles que conseguem eliminar os problemas financeiros de suas preocupações contam com um grande alívio mental que faz muita diferença no dia-a-dia. Pense bem: se, das preocupações que a família de classe média tem, fossem eliminadas todas aquelas ligadas ao dinheiro – prestações pendentes, reajustes do aluguel, matrícula da escola, cheque especial – a situação não ficaria bem melhor?
O fato é que muitos estão pagando por sua saúde física e mental o preço da indisciplina e da falta de cuidados com o dinheiro. A maioria das pessoas adota um padrão de vida do tamanho de sua renda, o que é um grave erro. A moradia é decidida de acordo com o espaço que se tem no orçamento para se pagar o aluguel; a compra do automóvel, com base na capacidade de "agüentar" o financiamento por alguns meses; a viagem de férias idem. Porém, a inflação engole nossa renda e, aos poucos, a família que empata em consumo tudo o que ganha começa a se deparar com a temerosa hipótese de ficar no vermelho, entrar no cheque especial, pagar juros monstruosos. E, com esse medo, começam os conflitos familiares, discórdia e imposição de limites que antes não existiam. Cortam-se do orçamento gastos certamente essenciais, como o lazer e o cuidado com a saúde. A vida passa a ser burocrática, um eterno recebimento e pagamento de contas.
Na verdade, é preciso desenvolver a consciência de que nossa capacidade e vontade de trabalhar não duram para sempre, e por isso o salário que ganhamos hoje tem que ser suficiente para sustentar nossa vida atual e também nossa aposentadoria. É preciso poupar pelo menos 10% do que ganhamos hoje, se quisermos ter um futuro minimamente digno e saudável. Se a renda de hoje não é suficiente, é porque escolhemos mal nosso padrão de vida – devemos encolhê-lo um pouco o quanto antes. E diminuir o padrão de vida não significa cortar o lazer e o bem-estar, mas talvez buscar uma moradia de aluguel menor e reduzir o padrão de nosso automóvel. Não se deve deixar de viver.
Poupar é tão importante quanto comer, dormir e cuidar do corpo. São tarefas que garantirão nosso bem-estar nesta vida por mais tempo. Mas, assim como aprendi em meus tempos de atleta que exagerar nos "cuidados com o corpo" pode fazer tão mal quanto dormir demais ou comer demais (eu nadava de três a quatro horas por dia...), poupar é uma atividade essencial que deve ser seguida sem exageros. Poupe o suficiente para garantir a preservação de seu bem-estar; não acredite que você será feliz deixando de usufruir hoje para ser rico amanhã, porque isso não acontecerá. Aqueles que poupam intensamente a vida toda descobrem, ao final de suas vidas, que não aprenderam a usufruir daquela riqueza acumulada, não aprenderam a viver. Viva em equilíbrio.

Gustavo Cerbasi é consultor financeiro, professor dos MBAs da Fundação Instituto de Administração e autor dos livros Filhos inteligentes enriquecem sozinhos, Casais inteligentes enriquecem juntos e Dinheiro – Os segredos de quem tem – (www.maisdinheiro.com.br)

Publicação: 29/05/2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

SAIR DO VERMELHO

10 dicas para sair do vermelho:

1) Jamais use o cheque especial ou o pagamento parcial do cartão de crédito. Peça empréstimos no banco, que saem mais baratos;

2) Passe a controlar os saldos de seu cartão de crédito com mais frequência, pelo menos a cada 10 dias, para que deixe de gastar além do esperado;

3) Tenha uma idéia do tamanho de seu problema: a primeira coisa a fazer é anotar TODOS os gastos do mês, inclusive os gastos pequenos, para descobrir de onde cortar;

4) Elabore um plano radical de enxugamento de gastos na maior intensidade possível, para que a dívida seja amortizada de uma vez. Não adianta ir pagando aos pouquinhos, pois os juros voltam a aumentar rapidamente a conta que você já pagou;

5) Quanto mais intenso for o corte de gastos e menor o tempo necessário para isso, menores serão os desgastes no relacionamento familiar;

6) Acabe de vez com a tentação das compras a prazo;

7) Use todos os tipos de poupança que você tem. Não adianta estar com investimentos e perder mais com os juros da dívida. O mesmo vale para bens como terrenos e imóveis à espera de valorização;

8) Fuja de atividades de lazer que custam. Aprenda a valorizar as coisas preciosas da vida que não custam nada, como um passeio ao ar livre ou uma reunião com amigos ou com a família;

9) Enquanto não conseguir quitar toda a dívida, substitua-a por outras mais baratas, como antecipação de restituição de Imposto de Renda ou venda do automóvel e compra de outro parcelado. Use todo o dinheiro da venda para reduzir a dívida.

10) Divida seu plano de ajuste com a família. É importante que todos estejam engajados, para que haja maior co-motivação.

Fontehttp://www.maisdinheiro.com.br

terça-feira, 20 de maio de 2008

Planeje seu futuro hoje

Só economizar não é suficiente. Para garantir um futuro sem problemas financeiros, é preciso fazer um bom planejamento, tomar as decisões certas e escolher os melhores investimentos para você
Por Giuliana Napolitano

Faz uma década que o patrimônio dos planos de previdência privada cresce, em média, 25% ao ano. Somente no primeiro semestre deste ano, mais 10 bilhões de reais foram injetados nessas aplicações. Essas são evidências de que vem crescendo a preocupação com a aposentadoria no Brasil.
Guardar dinheiro, porém, é só parte do que precisa ser feito por quem pretende ter um futuro tranqüilo. "O verdadeiro segredo da previdência é planejar", diz Luciano Snel, diretor de vida e previdência da seguradora Icatu Hartford. "Tomar as decisões certas faz muita diferença no retorno que as pessoas vão conseguir de suas aplicações."
Para ajudar os futuros aposentados, EXAME preparou um roteiro que resume os principais passos que o investidor deve seguir (veja quadro abaixo).

A previdência passo a passo
Aposentadoria é um assunto que requer atenção desde a infância. O quadro mostra os passos e os riscos a que o futuro aposentado deve prestar atenção em cada fase da vida

1 ANO
1 - Os pais devem poupar para garantir os estudos do filho
2 - O ideal é investir num plano de previdência com seguro de vida, que garanta ao filho uma renda mensal
3 - Poupando 250 reais por mês, é possível acumular 86 000 reais em 20 anos. Se algo acontecer aos pais, o seguro paga 1000 reais por mês ao filho até ele completar 24 anos
(1) Calma! A aposentadoria ainda não precisa ser uma grande preocupação, mas quem começa cedo tem vantagens

20 ANOS
1 - É hora de começar a pensar em previdência
2 - O ideal é poupar menos de 5% da renda para não sobrecarregar o orçamento. Até 80% da reserva financeira pode ser aplicada na bolsa de valores
3 - Quem guardar 150 reais por mês desde os 20 anos chegará aos 70 anos com 570 000 reais (2) Atenção! Não deixe de lado os gastos do presente, como viagens e a compra de um carro

35 ANOS
1 - Leve a sério o planejamento para a aposentadoria
2 - Quem investir 1 000 reais por mês a partir de agora terá 1 milhão de reais em 30 anos
(2). Aplique até 50% em ações
3 - Para escolher os melhores investimentos, é preciso pesquisar bastante. Leia sobre o assunto e consulte especialistas
Cuidado! Taxas de administração maiores que 3% comprometem os rendimentos

50 ANOS
1 - Faça um balanço de sua situação financeira
2 - O ideal é que o investidor já tenha conseguido acumular cerca de 70% da reserva financeira que pretende ter na aposentadoria
3 - É o momento de reavaliar as opções de investimento para ver se os retornos vêm compensando. As ações devem representar menos de 30% do portfólio
Alerta! Quem ainda não começou a poupar nesta etapa precisará de um esforço extra para economizar metade da renda

65 ANOS
1 - É o momento de pensar melhor no padrão de vida que se quer ter na aposentadoria. Equilibre metas financeiras com planos pessoais
2 - Defina quanto terá de receber por mês de suas aplicações para viver bem na velhice. Mantenha poucas ações no portfólio
3 - Quem conseguir acumular 1 milhão de reais pode contratar uma renda vitalícia de 7 700 reais(3) Perigo! Quem não formou uma reserva financeira só tem uma saída: vender bens para transformá-los em renda

(1) Cálculo da SulAmérica. Parte da poupança é destinada ao seguro de vida
(2) O cálculo pressupõe uma taxa de juro real de 6% ao ano
(3) Cálculo da Icatu Hartf ord para homens. As mulheres receberiam apenas 7 123 reais, porque sua expectativa de vida é maior

O fator fundamental de qualquer planejamento para a aposentadoria é o tempo. Como se trata de um projeto de longuíssimo prazo, quem começa antes leva vantagem, porque consegue formar uma reserva maior com menos sacrifício.

O conselho dos especialistas é poupar desde cedo, mas sem exageros. "Os jovens têm necessidades financeiras mais urgentes que a aposentadoria, como a compra de um carro ou da casa própria", diz Renato Russo, vice-presidente de previdência da seguradora SulAmérica. "O ideal é guardar uma quantia que não faça falta, menos de 5% da renda, para não cair na tentação de cortar essa poupança." Quem economiza apenas 150 reais por mês desde os 20 anos, por exemplo, chega aos 70 com uma reserva de 57 0000 reais, calculada em termos reais, isto é, já descontada a inflação. Para chegar ao mesmo montante a partir dos 40 anos, é preciso investir quase quatro vezes mais.

Cifras de seis ou sete dígitos impressionam, mas é difícil dizer qual é o valor ideal para garantir uma aposentadoria tranqüila. "Pode faltar dinheiro ou até mesmo sobrar", diz Laurence J. Kotlikoff, professor de finanças da Universidade de Boston e dono de uma empresa que faz estimativas de renda para aposentados. "Há pessoas que sofrem durante a aposentadoria por não ter acumulado recursos suficientes, e outras que sofrem antes, poupando cada centavo para o futuro, para depois ver que não precisariam de tudo aquilo para viver na velhice." Segundo Kotlikoff, isso ocorre porque é difícil estimar quanto um investidor vai precisar para viver bem daqui a 20 ou 30 anos.

Muitos analistas financeiros sugerem uma simplificação: a regra é considerar que um aposentado precisa de 70% do último salário para manter o mesmo padrão de vida. "As despesas com saúde aumentam, mas outros gastos, como a educação dos filhos e a prestação da casa própria, diminuem", diz Russo, da SulAmérica.

Quando o assunto é previdência, porém, até mesmo simplificar dá trabalho. Saber qual será seu último salário na ativa é fácil para quem está prestes a se aposentar, mas não passa de uma aposta para quem está no auge da vida profissional, ao redor dos 40 anos, por exemplo.

Por isso, ao contrário do que diz o senso comum, quem está planejando a aposentadoria deve se preocupar menos em prever o futuro e mais em poupar e fazer boas opções de investimento.

Nessa área, a primeira questão que se coloca é quanto risco o investidor está disposto a correr.

Em geral, previdência combina com bolsa de valores, porque ambos são projetos de longo prazo - e, em 10 ou 20 anos, as ações tendem a se valorizar mais que a renda fixa. A opção por mais ou menos risco, porém, depende da idade do poupador. "Quem tem até 30 anos pode colocar 80% dos recursos na bolsa, mas quem está perto de se aposentar deve manter quase tudo na renda fixa", diz Russo, da SulAmérica. O sucesso dessa estratégia depende também do perfil das empresas escolhidas. Os especialistas recomendam comprar ações de grandes companhias que pagam dividendos, porque elas são mais seguras e menos voláteis que as empresas de menor porte.

Outra decisão que o investidor precisa tomar é escolher entre planos de previdência e fundos de investimento. A principal vantagem é tributária. Nos planos, o imposto de renda só é cobrado no resgate - até lá, o dinheiro devido ao Fisco rende juros ao poupador. Nos fundos, o imposto é debitado do patrimônio da carteira a cada seis meses. Além disso, desde 2005 o investidor pode optar por um entre dois regimes de tributação -- e, se fizer uma boa escolha, vai pagar menos imposto que nos fundos. Um desses regimes de tributação é conhecido como decrescente. Nele, o que determina o imposto a ser pago é o prazo do investimento. Quem fizer uma aplicação hoje e decidir resgatar o dinheiro em menos de dois anos terá um desconto de 35%. A mordida diminui com o tempo até chegar ao mínimo de 10% depois de dez anos, a menor alíquota do sistema financeiro.

Cálculos feitos por especialistas mostram que esse sistema é indicado para quem investe por mais de oito anos e planeja receber mais de 4 000 reais por mês na aposentadoria. O outro regime é o progressivo. Nesse sistema, o que importa para a Receita é o valor mensal sacado. Resgates inferiores a 1 257 reais são isentos de imposto; a alíquota é de 15% para valores entre 1 257 e 2 512 reais e de 27,5% para saques superiores a 2 512 reais (veja quadro nesta página). É o regime ideal para o aposentado que poupar por menos de oito anos e sacar menos de 4 000 reais por mês de seu plano.

Aproveitar esse benefício fiscal dos planos requer ainda escolher entre um Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) ou um Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). O PGBL é mais interessante para quem faz a declaração completa de imposto de renda, porque esse plano permite abater até 12% da renda bruta no ajuste anual entregue ao Fisco. O problema é que, na hora do saque, o imposto é cobrado sobre todo o valor resgatado, não apenas sobre o rendimento. Já o VGBL é indicado para quem faz a declaração simplificada, porque o imposto incide só sobre o rendimento.

Pague menos imposto

Entenda as diferenças entre os dois regimes de tributação dos planos de previdência e escolha o melhor para o seu caso
Regime antigo (progressivo)
Dica: o que importa é o valor que será sacado por mês

Resgate mensal
Imposto (1)
Até 1 257 reais - Nenhum
De 1 257 a 2 512 reais - 15% menos189 reais
Acima de 2 512 reais - 27,5% menos503 reais

Regime novo (decrescente)
Dica: o que importa é o tempo de aplicação dos recursos
Prazo do investimento
Imposto (1)
Até 2 anos - 35%
De 2 a 4 anos - 30%
De 4 a 6 anos - 25%
De 6 a 8 anos - 20%
De 8 a 10 anos - 15%
Acima de 10 anos - 10%

(1) Cobrado sobre o valor do saqueFontes: Anapp e Receita Federal
A desvantagem dos planos de previdência privada são as taxas de administração cobradas pelos gestores.
Revista Exame 06/09/2006

Ouça o que eles dizem antes de investir

Um levantamento inédito feito pela Fundação Getulio Vargas e pela Thomson Financial, a pedido do Guia EXAME de Investimentos Pessoais, mostra os analistas que mais acertaram nas previsões sobre a bolsa
Por Giuliana Napolitano

Os relatórios de análises de ações produzidos pelas corretoras são um dos principais meios de que o leigo dispõe para se informar sobre a bolsa de valores e decidir em quais empresas investir.
São textos que descrevem a situação financeira das companhias abertas e recomendam comprar ou vender determinados papéis, estimando o potencial de alta ou de baixa para eles nos meses seguintes. A qualidade dessas previsões, porém, varia muito. Para criar uma referência para os investidores, EXAME publica o primeiro levantamento do mercado brasileiro que mostra quais são os melhores analistas de ações do país.

A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, com base no banco de dados Thomson One Analytics, da consultoria Thomson Financial.

Foram analisadas centenas de relatórios produzidos por 70 analistas das 25 maiores corretoras do país entre julho de 2004 e junho de 2006.

A FGV comparou a recomendação feita por esses profissionais com o desempenho real da ação na bolsa em cada semana, quinzena e mês e atribuiu notas a erros e acertos. Com base nesse sistema de avaliação, criou um ranking e duas categorias de premiação - a melhor empresa e o melhor profissional de análise de ações do mercado.

Os vencedores foram, respectivamente, a Merrill Lynch e os analistas Gilberto Pereira de Souza e Luiz Carlos Cesta, da Itaú Corretora.

Revista Exame 06/09/2006