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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Clube de investimentos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Um Clube de Investimento (em inglês: Investment Club) é um tipo de associação sem personalidade jurídica e com fins lucrativos que congrega exclusivamente pessoas físicas interessadas com o mesmo fim relacionadas com o investimento no mercado de capitais especificamente, mas que terão seus interesses guiados por um gestor encarregado de tomar conta do processo de tomada de decisão.
Índice
1 História
2 Riscos
3 Legislação portuguesa
3.1 Direito Internacional
3.2 Direito Português
4 Legislação brasileira
4.1 Direito brasileiro
5 Normatização Bovespa
6 Notas e Referências
7 Ligações externas
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História
Os primeiros clubes de investimento de que há registo, tiveram origem nos países anglo-saxônicos, nomeadamente nos Estados Unidos da América, por volta de 1800.[1] Numa altura em que o mercado de capitais se encontrava em plena ebulição e em que ninguém queria ficar de fora, surgem pequenos grupos de investidores que reuniam recursos humanos e financeiros no sentido de maximizarem o seu investimento diminuindo o handicap relativamente a outros investidores com mais recursos financeiros e fundamentados na pulverização do risco através da diversificação de estratégias de investimento.[2]

Riscos
A falta de legislação em muitos países que ampare e regule a constituição, objectivos e, principalmente, a gestão do fundo comum, é uma preocupação séria na medida em que facilmente o clube de investimento pode ser utilizado como veiculo a actividades de consultoria ou intermediação financeira não autorizada. Para além de que, pela falta de limites legais na gestão do fundo comum, esta poderá ser gravemente descuidada e traduzir em elevados prejuízos para todos os membros.[2]

Legislação portuguesa
Em Portugal não existe qualquer tipo de legislação e regulamentação especifica para este tipo de actividade, que defina ou regule os clubes de investimento em particular, devendo estes respeitar a Lei em geral e no que respeita ao Código de Mercado de Valores Mobiliários.
No entanto, destaca-se no âmbito do caracter de associativismo, os seguintes principios:

Direito Internacional
Declaração Universal dos Direitos do Homem (aprovada em 10 de dezembro de 1948): Artigo 20:
"Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação."
Convenção Europeia dos Direitos do Homem (de 1950): Artigo 11: Liberdade de reunião e de associação

Direito Português
Constituição portuguesa de 1976 (CRP - aprovada em 2 de abril de 1976): Artigo 46: Liberdade de associação
Código Civil Português de 1966 (CCP - atualizado em 1977): Pessoas colectivas
Embora de um modo generalista, estas Leis acolhem o direito á associação, o que, para todo o efeito, é o que se concretiza com a constituição de um clube de investimentos, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, um organismo público português, supervisiona e regula os mercados de valores mobiliários e instrumentos financeiros derivados e a actividade de todos os agentes que neles actuam.

Legislação brasileira
Direito brasileiro
Constituição Brasileira de 1988 - Artigo 5: Liberdade de associação
Código civil brasileiro (de 1916, atualizado em 2002): Artigo 53: Das associações
A constituição e o funcionamento de clubes de investimentos é regulamentado pela Comissão de valores mobiliários (CVM), uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil. A Instrução CVM Nr. 40, de 7 de novembro de 1984[3] concretiza - entre outros - a definição, a estrutura, o registro em bolsa e na Receita Federal e a administração de um clube de investimento. Até outubro de 2005, a Bolsa de valores de São Paulo registrou mais de 1.200 clubes de investimentos no Brasil, com um patrimônio de aproximadamente R$ 5 bilhões e 111 mil cotistas.[4]

Normatização Bovespa
A Bolsa de Valores de São Paulo, Bovespa, controla e fiscaliza a constituição e andamento dos clubes de investimento. Ele determina também por meio de suas normas internas limites máximos e mínimos de concentração de ativos, não permitindo que os gestores de carteira não se adequem a eles.
Pelas normas da Bovespa, o número máximo de cotistas é de 150. Há exceção se o clube for ligada a alguma sociedade, empresa ou outro vínculo associativo.
O gestor não pode ser remunerado e deve ser cotista do clube. Para ser remunerado ele deve estar habilitado na CVM como gestor de carteira CVM.

Notas e Referências
Wikipedia, The Free Encyclopedia: Investment club, acessado em 5 de julho de 2007
2,0 2,1 Octávio Viana. ”Estudos no Mercado de Capitais”, Associação de Investidores e Analista Técnicos do Mercado e Capitais (ATM), Porto, 2006
CVM: Instrução CVM Nr. 40, acessado em 5 de julho de 2007
Bovespa, 14.10.2005: Por dentro do mercado, acessado em 5 de julho de 2007

Ligações externas
Comissão de Valores Mobiliários - Brasil
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - Portugal
Bovespa: Criação de um clube de investimento
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_de_investimentos"
Categorias: Organizações Mercado financeiro Mercado de capitais

Como formar um clube de investimento

18/10/2007 16h45
Como formar um clube de investimento
Se você está pensando em investir em ações, que tal convidar alguns amigos para criar um clube de investimento? Essa é a maneira pela qual muitas pessoas estão descobrindo os segredos do mercado de ações, afinal, desde que surgiram no Brasil, em 1996, os clubes de investimento não param de aumentar.
Até setembro, cerca de 150 mil pessoas participavam de 2.022 clubes em todo o país, segundo dados da Bovespa. "Um clube é uma escola de investidores", resume Giácomo Oliveira, que coordena 130 clubes pela Corretora Spinelli.
Enquanto num fundo de ações o investidor apenas se limita a fazer aportes de dinheiro sem se preocupar com a gestão, num clube, o cotista pode participar ativamente da política de investimentos, decidindo quanto e em qual ação irá investir. "É um ambiente propício à proliferação de informações a respeito deste mercado", avalia Oliveira.
E se engana quem pensa que montar um clube de investimento é um bicho-de-sete-cabeças. Pelo contrário. O primeiro passo é reunir um grupo de no mínimo três pessoas e de no máximo 150 participantes.
Objetivo comum
O ideal é que tenham interesses em comum, como um grupo de amigos ou de colegas de trabalho que queiram guardar dinheiro para a aposentadoria.
Com um objetivo assim, fica mais fácil chegar a um consenso na hora de decidir que tipo de papel comprar ou quanto investir em determinada empresa.
O segundo passo é procurar uma administradora, que poderá ser uma corretora, uma distribuidora de títulos ou um banco.
O administrador cuida da parte burocrática do investimento, como manter o cadastro dos participantes, receber e conciliar os aportes de dinheiro ou custodiar os ativos.
Quando o grupo decidir em que papel investir, será a administradora que irá concretizar o negócio.
Feita a escolha, a próxima etapa será a preparação do estatuto social, que é o conjunto de normas que deverão ser seguidas para o funcionamento do clube.
Nele constarão, por exemplo, a quantidade e o valor de cada cota do clube, a taxa de administração, a política de investimentos e a composição da carteira do clube.
Vale lembrar que, pela lei, nenhum participante pode deter mais de 40% das cotas e o clube deve, obrigatoriamente, investir pelo menos 51% do seu patrimônio em ações.
Se tudo estiver certo com o estatuto, o clube poderá ser registrado na Bovespa e na Receita Federal e, a partir daí, começar a operar.
MAIS

Clube de Investimentos

Grupo de pessoas físicas (máximo de 150) que aplica recursos de uma carteira diversificada de ações e títulos de renda fixa, administrada por uma instituição financeira autorizada (Sociedade Corretora ou Banco de Investimento).
VEJA OS LINKS ABAIXO:

Clube das mulheres

Fotos: Zeca Caldeira


Gisela Russo, empresária: Consultoria sob medida na hora de escolher as aplicações, como fundos de investimento

Clube das mulheresElas já são donas de 52% das contas correntes do Brasil. Saiba o que as instituições financeiras estão criandopara esse mercadoPor geraldo magella
Um acessório ganha, a cada dia, mais espaço nas bolsas femininas: os cartões de banco. Levantamento feito pelos organizadores da Expomoney, feira sobre investimentos que acontece no final deste mês, em São Paulo, mostra que as mulheres já são a maioria no sistema financeiro. Das quase 74 milhões de contas correntes ativas no Brasil, 52% têm mulheres como titular. O poderio financeiro feminino é tamanho que as instituições se preocupam, cada vez mais, em oferecer serviços e produtos específicos para elas. No Banco do Brasil, por exemplo, as mulheres são titulares de 46% das 21 milhões de contas correntes, têm 33% dos fundos de investimento, 38% das contas de previdência privada e 35% da carteira de seguro de veículos. “O homem é mais impulsivo na hora de investir”, diz Jacinta Portela, gerente executiva do Banco do Brasil. “A mulher busca informações, ouve, analisa e, depois que decide, tem mais paciência para esperar pelo retorno”. Maria Eugênia, psicóloga: Contas em dois bancos e planos de comprar ações

Essa diferença no comportamento dos sexos quando o assunto envolve finanças leva a uma mudança na forma de atendimento. O Banco Real planeja criar uma área exclusiva para mulheres na mesa da sua corretora. Na Expomoney, a consultora de investimentos Sandra Blanco terá uma sala para atender as convidadas. “As mulheres passaram a dar mais atenção à sua vida financeira”, diz Sandra. “Como, em geral, ganham menos que os homens e vivem mais, elas precisam de investimentos que garantam um futuro tranqüilo”. Além de prestar consultoria financeira a suas clientes, Sandra tem um site voltado para o público feminino (www.mulherinvest.com.br) e também participa de um clube de investimento de ações só para mulheres no Rio, onde mora. Segundo ela, o perfil da investidora tem mudado nos últimos tempos. “Primeiro elas trocaram a poupança pelos fundos de investimento”, lembra Sandra. “O próximo passo é chegar às aplicações de maior risco, como o mercado de ações”.

Esse é o caso da psicóloga paulista Maria Eugênia de Mathis. Titular de duas contas correntes, uma no Citibank e outra no Itaú Personnalité, Maria Eugênia se preocupa com segurança e rentabilidade. “Minhas aplicações estão em fundos de investimentos, um moderado e outro conservador”, afirma. Mesmo em início de carreira, a psicóloga se programa para economizar e investir todo mês uma parcela de sua renda. Seus planos futuros incluem aplicações em renda variável. “Hoje meus investimentos são mais conservadores”, reconhece Maria Eugênia. “Mas quando tiver fôlego, penso em investir em ações”.

Há tempos que o mercado de capitais deixou de ser exclusivamente masculino. Das mais de 180 mil contas ativas na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – condição necessária para quem quer comprar e vender ações – cerca de 17% são movimentadas por mulheres. Esse dado não leva em conta o número de mulheres que participam de clubes de investimento, que operam na Bolsa de Valores como pessoas jurídicas. “Hoje temos clubes de investimentos de mulheres espalhados por todo o país”, afirma Ângela Barros, coordenadora do programa “Mulheres em Ação”, da Bovespa. “Somos investidoras fiéis, escolhemos empresas transparentes, que valorizam os acionistas, e temos paciência para esperar o retorno no longo prazo”.

Quem prefere investimentos de pouco risco também não tem do que reclamar. A empresária Gisela Russo, dona de uma lavanderia industrial em São Paulo, tem o perfil mais conservador. Seu banco, o Real, sabe disso e sempre lhe oferece produtos com essa característica, como fundos de investimento e crédito imobiliário. “Sempre procuro a área de assessoria do banco para esclarecer as minhas dúvidas”, diz Gisela, que por dez anos trabalhou na área de private banking de uma instituição. “Hoje, a concorrência entre os bancos está muito acirrada e nessa busca para fidelizar os clientes, nós mulheres somos uma parcela decisiva”.
Bolsa de valores: 17% das 180 mil contas do mercado de ações têm mulheres como titular

CLUBE DOS INVESTIDORES

Tenistas, médicos, professores e estudantes reúnem-se paraapostar na Bolsa. Com isso, reduzem os custos das aplicações Miriam Kênia


Tenistas, do clube alto de Pinheiros: Entre uma tacada e outra, decisões sobre a compra de ações
Faça um exercício de imaginação. Sabe aquela típica cena do pregão da Bolsa? Operadores financeiros agitados disputando aos gritos a compra e venda de papéis. Então, congele essa imagem. Agora, tente colocar essa situação dentro de uma quadra de tênis. Impossível? Tente de novo, só que dessa vez use como cenário um consultório médico. Se continua difícil, observe a realidade. Fatos inusitados como esses já ocorrem em universidades, fábricas, teatros e até na praia e fazem parte do projeto Bovespa Vai Até Você. Em São Paulo, o exclusivo Clube Alto de Pinheiros, que reúne as classes média e alta paulistana, abriu espaço para o mercado financeiro. Todas as quintas-feiras, por volta das oito horas da noite, o engenheiro Eduardo Teixeira Júnior, o consultor de empresas Eduardo Di Pietro Sobrinho, a analista de sistemas Walkíria Pervelho e outros tenistas aproveitam os intervalos das disputadas partidas, deixam de lado as raquetes, e discutem estratégias para um outro desafio. Juntos, eles formaram um clube de investimento em ações e estão em busca dos lucros.
Lançado há apenas três meses, o projeto da Bolsa para incentivar as aplicações entre as pessoas físicas por meio de clubes de investimento já mostrou-se bem-sucedido. Nesse período, 17 novos clubes foram criados. Essa modalidade de aplicação é parecida com um fundo de ações. Só que os sócios participam das estratégias de gestão junto com a corretora responsável pelos investimentos. Além disso, são os próprios investidores que definem o valor das aplicações mensais. A única regra é que um aplicador não pode sozinho concentrar mais de 40% do total do patrimônio. Para atrair novos investidores, profissionais da Bolsa fizeram uma série de visitas a vários tipos de instituições. Apresentaram as regras do mercado acionário e prestaram consultoria técnica.
Em uma dessas empreitadas, surgiu o clube de investimento dos tenistas do Clube Alto de Pinheiros. “Descobri que posso planejar a minha aposentadoria com a compra de ações”, diz a analista de sistema Walkíria Pervelho. Outros sócios, como o engenheiro Everardo Teixeira, utilizam essa modalidade de investimento como uma forma de iniciar os mais jovens no mercado acionário. Ele comprou duas cotas de participação no clube, uma para cada um dos seus filhos.
Cíntia e Francisco: Juntos em casa, no consultório e no pregão
Porém, não são só os novatos que estão aderindo à formação de clubes de investimento. O médico Francisco Erivaldo Alves pode considerar-se um veterano no pregão, pois há dois anos fez a sua primeira aplicação. Ele comprou ações da Vale do Rio Doce por meio do seu FGTS ( Fundo de Garantia). Depois, arriscou uma parcela maior com recursos próprios. A cada passo, o seu interesse pelos lucros da renda variável aumentava. Só que esbarrou em um entrave. “O custo de corretagem para valores mais baixos fica muito alto”, diz Alves. A solução foi formar um clube de ações. Ligou para a coordenação do projeto Bovespa Vai até Você e agendou uma reunião com os colegas de consultório. Só que precisava de, no mínimo, três sócios (pode ter no máximo 150 participantes) para fazer a aplicação. O problema é que apenas um amigo se animou. Acabou convencendo a sua esposa Cíntia, que também é médica, a colocar as suas economias no clube de ações.
O empenho de Francisco Alves para formar o seu próprio clube foi aplaudido com louvor pelo presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho. O clube é uma ótima saída para aumentar o poder de força do investidor. “Juntos, os participantes terão as mesmas condições dos grandes investidores. Com um montante maior de recursos podem fazer operações mais arriscadas e mais promissoras nos lucros. Além disso, os custos são rateados”, afirma Magliano.

Bolsa entre amigos

Clubes de investimento atraem investidores de primeira viagem. E você, já pensou em montar um? ANA CLARA COSTA



CLUBE DO COFRINHO: Chen Shao Nan (deitado) incentivou o neto Rodrigo (centro) e os amigos a investir na bolsa

Nunca se falou tanto em ações no Brasil. Em mesas de bar, filas de banco ou qualquer outra situação que aglomere amigos, colegas de trabalho ou desconhecidos, falar sobre a Bovespa tornou-se lugar-comum. Se você observa de fora essa movimentação, tem vontade de participar, mas sabe ainda muito pouco sobre renda variável, uma opção interessante é montar um clube de investimento. Em um primeiro momento, pode parecer complicado. Mas não é. As corretoras de valores possuem equipes especializadas para auxiliar os leigos, e a taxa de administração do clube diluída entre os membros pode tornar a aplicação bastante atraente. Existem atualmente 1.931 clubes cadastrados na Bovespa. Juntos, acumulam um patrimônio líquido de R$ 12,8 bilhões. Dez anos atrás o número de clubes não passava de 162, e o patrimônio era de apenas R$ 97,3 milhões.
Rodrigo Chen, de 26 anos, não sabia absolutamente nada de mercado financeiro até o dia em que seu avô, Chen Shao Nan, decidiu apresentar a Bovespa a ele e alguns amigos da faculdade. Na época (2003), estudava Engenharia Mecatrônica na Poli (USP) e não dispunha de um grande capital para investir. Foi quando descobriu a existência dos clubes de investimento. O grupo gostou da idéia e montou o Clube do Cofrinho. Hoje, são 26 membros. O avô ficou tão orgulhoso que também quis participar. "Começamos com uma carteira mais conservadora, comprando Petrobrás e Vale", conta Rodrigo. Desde então, as cotas se valorizaram 160%. Ele tomou gosto pelas ações e aprendeu a investir sozinho. "Invisto pela internet", conta.
Para montar o seu, a dinâmica é simples. "O primeiro passo é procurar uma corretora de valores", explica Doraci R.M. Julia, assessora de investimentos da Gradual Corretora. Criar o nome do clube e cadastrá-lo na Bovespa são as etapas seguintes, assim como estabelecer um estatuto a ser seguido pelos membros. Outro passo é nomear, entre os membros, um representante que terá o auxílio da corretora para movimentar a carteira. "O representante tem autonomia para movimentar, mas nós fazemos as recomendações", explica Doraci. Mas como ainda não é possível formar um clube com menos de três membros, se um investidor quiser participar de um, pode procurar os clubes abertos das corretoras. "Qualquer pessoa pode participar.", diz Robson Queiroz, diretor comercial da Corretora SLW.
Representante de seu próprio clube, o engenheiro Reginaldo Furlan montou há três anos o Clube Dimensional, juntamente com outros cinco colegas que na época trabalhavam com ele no grupo Ipiranga. Registrado na Gradual Corretora, o clube tem treze cotistas, entre engenheiros e familiares. "Logo que abrimos o clube, a bolsa caiu e todos ficaram com medo. Mas com o tempo, adquirimos confiança e percebemos que os ganhos viriam a longo prazo", conta o engenheiro. A rentabilidade acumulada após três anos foi de 107%.
TENISTAS: clube de José Américo (terceiro da esq. para a dir.) rendeu 1.200%
Os clubes podem ter até 150 cotistas. Acima disso, podem se transformar em fundo de ações. É o que pretende o Clube dos Tenistas do Esporte Clube Pinheiros. Criado em 2003, chegou a R$ 10 milhões de patrimônio. Em quatro anos, a rentabilidade foi de 1.200%. Um dos fundadores, o advogado José Américo Souza, de 71 anos, hoje investe todo o seu capital no clube. "É mais garantido que a poupança", diz.

terça-feira, 20 de maio de 2008

4 tacadas certeiras na bolsa

Os caminhos mais indicados para que investidores de qualquer perfil de risco aproveitem as oportunidades de ganho com ações

Por Giuliana Napolitano
Não há dúvidas de que a bolsa brasileira está se sofisticando. Os sucessivos anúncios de aberturas de capital e a criação de regras confiáveis e transparentes para os acionistas são os exemplos mais visíveis da nova fase. Existe, porém, uma conseqüência menos óbvia, mas igualmente importante, da modernização do mercado: o surgimento de novas possibilidades para que os pequenos investidores diversifiquem a forma de aplicar em ações – e lucrem com isso. Hoje, eles podem optar por estratégias tradicionais, como pôr dinheiro num fundo que segue a variação do Índice Bovespa, ou escolher táticas mais especializadas, como montar uma carteira de ações formada apenas por empresas que pagam dividendos.
O sucesso dessas estratégias depende do momento do mercado – será difícil encontrar boas pagadoras de dividendos quando os lucros das companhias estiverem em baixa. Os resultados também dependem do perfil do investidor. Os conservadores devem ficar longe das aberturas de capital. "Quem sabe pouco sobre o mercado pode perder dinheiro, porque é complicado avaliar empresas que nem estrearam na bolsa", diz Ricardo Binelli, diretor da corretora paulista Petra. Para orientar os investidores, EXAME montou um roteiro que detalha quatro estratégias que costumam funcionar bem.
1 - Criar um clube de investimentos
Colegas de tênis no Clube Pinheiros, um dos mais tradicionais de São Paulo, criaram outro clube – de investimentos – em janeiro de 2003. "Começamos com dez amigos que queriam testar uma forma diferente de comprar ações", conta José Américo Souza, diretor aposentado do Banco do Brasil. "Ficamos surpresos com o resultado. De lá para cá, nossa carteira valorizou mais de 500%." Números como esse têm atraído cada vez mais investidores. Hoje existem 1.500 grupos do tipo no país.
Criar um clube de investimentos é simples. Basta reunir pelo menos três pessoas com o objetivo de comprar ações. Podem ser parentes, amigos, colegas de trabalho ou até desconhecidos reunidos por uma instituição financeira. Formado o grupo, é necessário escolher uma corretora para gerir a carteira e fazer recomendações de investimento. O serviço é pago. As corretoras cobram taxas que variam de 0,5% a 4% ao ano.
Uma vantagem dos clubes é o fato de serem mais flexíveis. Os participantes palpitam na gestão da carteira e escolhem o que comprar e vender. "Mas é claro que as corretoras fazem recomendações, o que é bom para quem quer aprender mais sobre o mercado", diz Milton Milioni, diretor da corretora Geração Futuro, que administra 160 clubes, inclusive o dos tenistas do Pinheiros. Os clubes também oferecem vantagens tributárias. O imposto de renda só é pago no resgate -- nos fundos, ele é semestral. Existem, no entanto, pontos negativos. "Há clubes com até 500 participantes que nem se conhecem. Na prática, é um fundo que não cumpre todas as suas obrigações legais", diz um executivo do mercado.
2 - Participar das estréias na bolsa
Participar de aberturas de capital -- os chamados IPOs, sigla em inglês de initial public offerings -- foi um dos melhores negócios da bolsa em 2004 e 2005. As ações das 18 empresas que estrearam no pregão da Bovespa nesse período subiram, em média, 9% apenas no primeiro dia de negociação, revela um estudo feito por Rodrigo Bresser Pereira, sócio da Bresser Asset Management, de São Paulo. Nos primeiros seis meses, a alta foi de 44%. Algumas empresas surpreenderam. Foi o caso da Lojas Renner: o preço de seus papéis dobrou em um semestre.
Esse desempenho vigoroso criou a ilusão de que era fácil lucrar com as aberturas de capital. É verdade, mas essa é uma estratégia arriscada para o pequeno investidor. Geralmente leigo, ele precisa avaliar - sozinho - o potencial da empresa que vai lançar ações. Sozinho porque a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proíbe os bancos e as corretoras que distribuem os papéis da novata de divulgar análises ou mesmo fazer comentários sobre a companhia por cerca de dois meses - desde o anúncio da operação até seu encerramento formal. (Nos últimos tempos, quase todas as corretores e bancos participaram desses IPOs). A saída é debruçar-se sobre o balanço da companhia para pinçar informações a respeito de receitas, lucro e endividamento, por exemplo. "O ideal é comprar uma história de crescimento, porque há mais garantias de que haverá retorno para o acionista", diz Ricardo Binelli, da Petra. Os analistas também recomendam selecionar companhias que sejam fortes em governança corporativa - de preferência, que façam parte do Novo Mercado, segmento da Bovespa que reúne as empresas mais transparentes e bem geridas do pregão.
É trabalhoso, sem dúvida, mas o esforço pode compensar. Quem analisou a metalúrgica Lupatech, por exemplo, embolsou um rendimento acima da média do mercado. Suas ações se valorizaram 11% da data da abertura de capital, em 15 de maio, até o fim de agosto -- período em que o Índice Bovespa caiu 8%. O caso da Lupatech ilustra o que a maioria dos especialistas espera para os IPOs dos próximos meses: haverá oportunidades de ganho, mas o retorno será bem mais modesto que o dos últimos dois anos. "O normal são ganhos mais moderados", diz Gilberto Kfouri Júnior, gestor do banco BNP Paribas. "Os resultados de 2004 e 2005 é que estavam fora do padrão." Segundo ele, os recordes desse período se devem a um cenário atípico, em que diversos fatores positivos para a bolsa ocorreram simultaneamente, como a sensível melhora do risco-país, a entrada maciça de estrangeiros no pregão brasileiro e o interesse dos investidores por novas empresas depois de anos sem aberturas de capital na Bovespa. Hoje, porém, tudo isso é passado. "Agora, o que conta é o potencial da empresa", diz.
3 - Aplicar em fundos de ações
É a forma mais conservadora de ingressar na bolsa - e, portanto, ideal para quem é leigo. Toda a gestão da carteira está a cargo de profissionais. O maior trabalho do investidor, nesse caso, é escolher bons administradores de recursos e analisar seu desempenho periodicamente, comparando-os com outros fundos. "Profissionais qualificados recebem uma série de relatórios de análises de ações de corretoras e, com isso, têm mais subsídios para tomar boas decisões", diz Kfouri. "Além disso, como acompanhamos o dia-a-dia do mercado, conseguimos perceber muitos movimentos de alta ou baixa na bolsa e nos antecipar." Outra vantagem dos fundos é a grande variedade de estratégias à disposição dos investidores. Existem no mercado desde carteiras bem tradicionais, como as que seguem a variação do Índice Bovespa, até alternativas mais sofisticadas, como as que aplicam apenas em ações de empresas pequenas e médias, com baixa liquidez, conhecidas como small caps. "O cotista consegue diversificar aplicando pequenos valores", diz Kfouri.
Esses serviços, é claro, têm um preço. Todos os fundos cobram taxas de administração -- que podem chegar a 5% ao ano --, e alguns descontam também taxas de performance da rentabilidade dos cotistas, que são proporcionais aos rendimentos. Uma desvantagem dos fundos é o fato de os investidores terem pouca -- ou nenhuma -- interferência na gestão das carteiras.
4 - Ganhar com dividendos
Todas as companhias brasileiras de capital aberto são obrigadas a distribuir um quarto de seu lucro em dividendos para seus acionistas. Essa regra cria uma oportunidade para os investidores que buscam retornos menos voláteis na bolsa: comprar ações de empresas grandes, estáveis e -principalmente - lucrativas para ganhar com a divisão de seus resultados. "Há menos sobressaltos porque os altos e baixos do mercado têm pouca influência nos lucros das companhias, especialmente mais maduras e de grande porte", diz Binelli, da Petra. Por isso, também é uma boa estratégia para quem pretende montar um portfólio de ações de longuíssimo prazo - direcionado, por exemplo, para financiar parte dos gastos com a aposentadoria. "O investidor tem a perspectiva de receber retornos mais consistentes."
As pagadoras de dividendos mais tradicionais da Bovespa são CPFL Energia, Itaú, Telesp, Souza Cruz e Petrobras -- isso, é claro, quando a estatal petrolífera não decide usar seus lucros para cobrir o rombo bilionário do fundo de pensão de seus funcionários, como ocorreu recentemente. A Telesp, por exemplo, pagou a seus acionistas um adicional de quase 16% sobre o preço de suas ações nos últimos 12 meses. Isso significa que, em um ano, os investidores embolsaram uma valorização de 16%, fora a alta das cotações do papel, que foi de 46% no período.
A estratégia de viver de dividendos é bastante comum nos Estados Unidos. É uma das receitas de sucesso do famoso grupo de investidoras americanas, as Beardstown Ladies. Essas senhoras, que têm entre 50 e 85 anos e vivem em Beardstown, cidadezinha de 6 000 habitantes no Meio-Oeste americano, criaram um clube de investimentos que se tornou lendário por investir em ações de empresas conhecidas e superar o rendimento médio da bolsa de Nova York por mais de uma década.
Revista Exame 06/09/2006