sexta-feira, 16 de maio de 2008

COMO VAI SUA AUTO-ESTIMA?

Não é nada fácil corresponder às expectativas dos outros. São os pais querendo que a gente obedeça a determinadas regras ou que escolha essa ou aquela carreira, é o namorado ou a namorada reclamando do nosso jeito, são os amigos cobrando mais atenção ou mais dedicação, os professores pedindo mais esforço, a TV e a moda exigindo um corpo bonito e roupas descoladas. Quando vemos, o mundo à nossa volta se transforma num amontoado de pressões tão diferentes que é quase impossível suportá-las. O pior é que muitas pessoas tentam atender a essas exigências sem se dar conta do quanto elas podem ser insensatas ou exageradas. Em uma música dos Paralamas do Sucesso, Herbert Viana começa cantando assim: "Eu queria ver no escuro do mundo, onde está tudo que você quer, pra me transformar no que te agrada...".

Essa frase resume a tentativa de pessoas que buscam, de todas as maneiras, agradar os outros: sujeitam-se a fazer trabalhos escolares para os colegas "menos empenhados", renunciam aos seus sonhos para seguir a carreira sugerida pelos pais, sentem-se incapazes de dizer "não" mesmo para os pedidos mais estapafúrdios ou submetem-se a regimes de fome ou a cargas altíssimas de exercícios na esperança de alcançar aquele corpo "mais que perfeito"...

Mas, afinal, para que tudo isso? Essa tentativa de ser o que o outro quer (namorado, pais, amigos e, até mesmo, desconhecidos) nada mais é do que o desejo de se sentir amado pelos outros. Essa atitude, porém, de nada adianta porque, aos olhos dessas pessoas que se esforçam tanto pelo amor dos outros, nada do que fazem é realmente suficiente. Elas acabam sempre achando que não são interessantes, competentes ou bonitas o bastante para que os outros se interessem por elas pelo que são. No final das contas, toda essa história nem tem a ver com os outros; tem a ver com a auto-estima.

A auto-estima diz respeito ao quanto somos capazes de enxergar em nós mesmos nossas qualidades, habilidades, capacidade de realização, enfim, ao quanto nos valorizamos. Quando temos uma boa auto-estima, nós nos sentimos seguros diante das pessoas e sabemos que vão gostar de nós pelo que somos. No entanto, quando nossa auto-estima é muito baixa, pensamos que devemos ser diferentes (mais bonitos, mais inteligentes, mais prestativos) para que os outros nos achem interessantes, e fica sempre a sensação de que há algo errado conosco.

É isso que acontece naquela música dos Paralamas do Sucesso. A letra fala de alguém que não se acha bom o suficiente para agradar a quem ama. Então, seu desejo é se transformar em outra pessoa. Haja baixa auto-estima, hein?

Nossa auto-estima começa a se construir desde que somos muito pequenos, quando os adultos à nossa volta (em geral, nossos familiares) nos ensinam a enxergar as nossas qualidades. Às vezes, famílias muito exigentes tornam difícil para os filhos aprenderem a se valorizar. É comum, nesses casos, que eles tenham padrões de exigência muito altos, só se sentindo bem-sucedidos quando, por exemplo, tiram dez em todas as matérias na escola.

Aprender a se valorizar, a se aceitar do jeito que você é (com suas qualidades e defeitos) e, principalmente, a gostar de si mesmo é muito importante para melhorar a auto-estima. Mas ninguém consegue fazer isso de uma hora para outra e nem existem exercícios milagrosos que possam resolver o problema. O primeiro passo é procurar fazer uma auto-avaliação realista, analisar a si mesmo com atenção e ver os aspectos bons que fazem parte de sua personalidade. Esse processo exige esforço e, muitas vezes, é necessário o auxílio de um profissional. Nesses casos, procurar um psicólogo pode tornar mais fácil o caminho para melhorar sua auto-estima.

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