sábado, 24 de maio de 2008

TRIBUTO AO PSICÓLOGO

" De repente, você encontra alguém, que muda sua vida e passa a fazer parte dela.
Que te olha nos olhos quando você fala.
Que ouve suas tristezas e neuroses com paciência, compreendendo e respeitando seus sentimentos.
Alguém, que te diz verdades que você não quer ouvir, mesmo sabendo que você pode odiá-lo por isso.
E nesse mundo de céticos, alguém que crê nesta coisa misteriosa, desacreditada e quase impossível, que, estabelecer um vínculo é possível, e que a confiança existe.
Alguém que faz você acreditar que realmente vale a pena estar no mundo.
Alguém que o convença que há uma porta destrancada esperando apenas que você vá abri-la.
Quando tudo esta triste e parece escuro e vazio, ergue você e faz com que o mundo de repente pareça-lhe brilhante e cheio de possibilidades.
Alguém que está com você, em tempos difíceis, em tempos tristes, e de desequilíbrio.
Se você se perde no caminho, ele o guia e apóia e te dá forças pra seguir em frente.
Alguém que aperta a sua mão e, seja qual for a situação, sempre lhe assegura que tudo há de fazer bem.
De repente você encontra alguém, que te mostra que se aprende errando.
Que crescer, não é só fazer aniversário.
Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista, mostrando o que somos.
Que verdadeiros amigos, sempre ficam com você até o fim.
Que não se espera a felicidade chegar, mas se procura por ela.
Que quando se pensa saber de tudo, ainda não aprendeu nada.
Que amar significa se dar por inteiro.
Que um dia só, pode ser mais importante que muitos anos.
Que ouvir uma palavra de carinho, faz bem a saúde e que dar carinho também faz.
Que o julgamento alheio não é importante.
Que se pode conversar com estrelas.
Que se pode confessar com a Lua.
Que se pode viajar além do infinito.
Que sonhar é preciso.
Que se deve ser criança a vida toda.
Que realmente o que importa é o equilíbrio interior.
Que falar o que se pensa é necessário.
Alguém que te mostra que não se pode morrer, pra se aprender a viver.
E esse alguém, se resume em uma palavra:

PSICÓLOGO"


*Adaptação livre de diversos textos por Talita Carvalho e Taísa Guerra -> alunas do 4o. ano de psicologia*

sexta-feira, 23 de maio de 2008

AMIZADE

Vez que outra, é bom nos determos por alguns minutos para refletir um pouco sobre a ação da amizade em nossas vidas.

A amizade é o sentimento que une as almas umas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.

Inspiradora de coragem e de abnegação, a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e as infelicita.

A amizade traz paz e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se enfraquecem no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada das pessoas que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, se apaga, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra o êxito, se avança com aridez na alma ou indiferente no enlevo da sua fluidez.

Quando, nos cônjuges, os impulsos sexuais do amor passam, a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos, e pelas multidões, dá-nos até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é a meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.



A AMIZADE TORNA OS FARDOS MAIS LEVES PORQUE OS DIVIDE AO MEIO!!!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Porque as pessoas são demitidas do emprego ?

Como profissional de Recursos Humanos e atuando há alguns anos com seleção de pessoal, venho ao longo desse tempo dedicando-me a observar porque certas pessoas permanecem mais tempo em determinadas organizações do que outras.

Parte-se do princípio de que no momento do recrutamento de pessoal, o profissional de RH procura triar aqueles que atendam ao perfil técnico da vaga.

É através da seleção, de testes e da própria dinâmica de grupo que o selecionador identifica fatores críticos de sucesso e de insucesso dos candidatos.

Terminada essa fase, geralmente os gestores entrevistam os candidatos finalistas, procurando selecionar aquele que mais se identifica aos ideais da empresa, visto que o conhecimento técnico, a princípio, todos atendem.

Todo início de trabalho requer do profissional adaptação à cultura, ao ambiente e àquela comunidade onde ele está sendo inserido.

Normalmente ele traz experiências anteriores, as quais podem facilitar ou dificultar sua adaptação ao novo local de trabalho. É a partir daí que se inicia a história de vida do profissional.

É a partir daí que o comportamento e as atitudes dificultam ou facilitam a permanência do indivíduo naquela organização.

A primeira verificação a que cheguei é que as pessoas, de um modo geral, têm dificuldade em aceitar as mudanças que lhe são impostas, seja pelo meio ambiente em que estão inseridas, seja pela forma como os outros indivíduos se relacionam com elas, seja pela forma de atuação dos seus líderes, seja pelos processos alí praticados ou mesmo pelo fato de não conseguirem se posicionar ou de conquistar seus espaços.

Geralmente esses profissionais não têm humildade para investir na conquista. Chegam com arrogância, achando que seu tempo é curto (período de experiência) e que terão que conquistar seus espaços a qualquer preço. Essa falta de habilidade de adaptação, de entendimento e de visão geral acaba por implicar sérios problemas de atitudes e de comportamentos, e isso acontece porque quando não entendemos o processo de transformação, não conseguimos entender os porquês dos resultados.

E é exatamente neste ponto que pauto minha defesa de que são as atitudes e o comportamento do dia-a-dia que fazem a diferença entre um profissional e o outro.

Dia desses fui procurada por um cliente alegando que estava enfrentando uma série de dificuldades para encontrar a assistente que lhe atendesse de forma adequada. Curiosa perguntei a ele qual era o perfil da profissional adequada na sua visão: - Disse-me ele que todas as assistentes que já teve, atendiam-no muito bem tecnicamente, porém nenhuma delas apresentava comportamento adequado. Pedi a ele que me descrevesse o perfil, uma vez que estava ali para ajudá-lo.

Na verdade, procurava uma pessoa com atitude, aquela que adequasse sua postura interna de forma a avaliar qual a melhor maneira de se colocar diante das situações novas e de novos clientes e colegas. Que a profissional tivesse capacidade de relacionar-se com outras pessoas. Continuou dizendo que percebeu que o desequilíbrio emocional tem sido um fator crítico de sucesso, comprometendo as atitudes no trabalho e, por conseguinte a empregabilidade do profissional. Disse-me ainda que ao seu modo de ver os profissionais que demonstram ter bom humor, mesmo em momentos difíceis, tendem a ser mais bem-sucedidos e este é outro fator que ele procura identificar na assistente que vai contratar. A responsabilidade é fator de destaque, disse-me ele, pois ser responsável significa "responder pelos próprios atos", e "corresponder" às expectativas das outras pessoas, sejam colegas, chefes, fornecedores ou clientes. Disse-me ainda que buscava uma pessoa com alto grau de assertividade, a qual se baseia na autoconfiança, relatando-me que sua última assistente era insegura e por isso se tornava agressiva. Pedi a ele que tentasse me descrever com mais detalhes o que ele entendia por assertividade. E ele continuou: - a assertividade se mostra por atitudes como a coragem de expressar sua opinião, mesmo quando todos pensam o contrário, falar calma e pausadamente, buscar soluções para problemas existentes e não fazer de conta que não existem, não querer ter sempre a razão, dar sugestões - não ordens, enfim, ter expediente com serenidade.

Quanto mais ouvia o relato de meu cliente, mais certeza eu tinha de que a metodologia a ser aplicada para a busca do profissional que ele procurava, era o método de seleção por competência, a qual tem o foco no comportamento das pessoas, frente às situações que lhe são expostas.

E, com base no relato, seguem algumas sugestões para que o profissional, independente da idade, reflita sobre sua atuação, sobre as atitudes que deve tomar no dia-a-dia, sobre a diferença que isso pode fazer perante aos demais profissionais.

Aristóteles foi um dos primeiros pensadores a observar a importância da responsabilidade. "Somos aquilo que nos tornamos através de nossas ações repetidas". Com base nesse princípio, temos, portanto, a responsabilidade de definir o que desejamos ser, e como desejamos ser vistos pela sociedade.

A percepção das conseqüências de nossos atos é o primeiro sinal do comportamento responsável. Temos desde a exclusão de certos grupos, oportunidades não dadas, até comportamentos provocativos vindos de outras pessoas.

Todos nós temos pontos cegos em nossa personalidade. São aquelas características que todos enxergam, menos nós.

Portanto, é bom ficar atento à sua forma de se expressar quando está se comunicando. Será que sua linguagem corporal, seu tom de voz e as palavras que o profissional usa não indicam que ele está sempre pronto para um confronto?

Isto não significa dizer que as pessoas devam se pautar no conformismo ou no comodismo, para simplesmente se adaptarem; ao contrário, ninguém espera que se concorde com tudo e que se goste de todos ao redor.

No entanto, isso não deve impedir o empregado de estabelecer e manter bons relacionamentos. Talvez o segredo esteja em admitir que somos a causa de todos os processos da vida pelos quais passamos e devemos aprender com eles. Analisar o que fizemos de errado e de certo e o que deixamos de fazer é necessário para pensar sobre o que deixamos que os outros fizessem conosco.

É a partir dessa reflexão que adquirimos novas atitudes e comportamentos que garantam o domínio de nossas mudanças pessoais.

Foi com base na própria experiência do dia-a-dia, que identifiquei que a maioria das pessoas é demitida das organizações por não ter atitudes (intenção) e comportamentos (ação) adequados. Para fundamentar o que afirmo, apresento a pesquisa feita pela ASTA Assessoria/Saad-Fellipelli, para descobrir os fatores que mais influenciam na hora da demissão.

O resultado apresentando foi o seguinte: 32% do grupo pesquisado foi demitido em decorrência do comportamento; 26% por motivos de liderança (que não deixa de contar com uma parcela de comportamento); 25% por fatores técnicos (também faltou atitude de buscar aprimoramento) e 18% pela falta de atualização técnica (desinteresse pela manutenção do conhecimento - comportamento inadequado frente à competitividade).

Em resumo, seja qual for o motivo da demissão, todos estão interligados ao comportamento e à atitude dos profissionais.

É bom refletir sobre estes conceitos e descobrir em que é possível fazer a diferença dentre outros profissionais.

Uma boa dica para refletir sobre este tema é assistir ao filme: O Diabo Veste Prada. Vá em frente e boa sorte!

Maria Bernadete Pupo

Entrevista de desligamento: mal ou bem necessário?

Já houve um tempo em que entrevistar as pessoas que deixavam o trabalho era com acreditar que o Coelhinho da Páscoa existe quando já se passou dos 30 anos!
Pouco interessava se elas tinham queixas, ou sugestões ou comentários ou se sequer tinham algum tipo de pensamento a respeito do que estava acontecendo. Trabalhador não passava disto: alguém que trabalha pelo salário –mesmo que de fome– e que se resigna a ser mandado e desmandado, inclusive par ao olho da rua!
Depois houve um tempo em que entrevistar as pessoas que eram desligadas da empresa ou pediam demissão era tudo! Os comentários, sugestões ou queixas poderiam ser o caminho para que os eternos problemas de RH fossem resolvidos. Bastava aplicar um questionário bem abrangente e marcar um “x” –ruim, bom, muito bom ou excelente e já sabíamos a quantas a empresa estava.
Claro que de preferência bem na foto, porque pouco ou nada era feito para reverter um cenário nem sempre bem pintado por aqueles que eram chamados a avaliar benefícios, chefes, instalações, remuneração etc. etc. etc...
O tempo foi passando, começamos a falar de gestão, de conhecimento, de competências, a tecnologia da informação esta aí, os funcionários têm mais acesso à educação e a informação, as máquinas e equipamentos se sofisticaram e eis que as empresas têm que necessariamente se aprimorarem para lidar com pessoas.
Só o fato de usarmos a palavra gestão para designarmos a atuação em recursos humanos, já implica em um patamar de comprometimento com as pessoas muito maior do que num sistema burocrático, até porque gestão de pessoas é uma ação que permeia todo o negócio. Neste caso, a entrevista de desligamento se mostra mais uma das possibilidades de revelar este comprometimento, além de traduzir uma relação de respeito e responsabilidade por aquele que, independente de quem foi a iniciativa, nos deixa.
Entrevista de desligamento é fonte de conhecimento – Não podemos deixar de considerar que a entrevista de desligamento é uma fonte de conhecimento, este é o principal motivo para que usemos este instrumento. Saber como aquela pessoa vê a empresa e seus diversos processos e também como ela avalia seu período de permanência naquele negócio.
Outro objetivo, não menos importante do que o primeiro, é dar suporte e orientação para a pessoa. Especialmente quando alguém é desligado, há um fluxo de emoções muito complexas, que passam pela raiva, frustração e menosvalia, sem contar que na hora em si em que estão me dizendo que não querem mais meus serviços eu paro de escutar!
Os ruídos emocionais se tornam excessivamente altos e com certeza eu não escuto e muito menos registro o que estão me dizendo. Após certo tempo, uma semana, a "ficha" já caiu, já chorei, já xinguei, já fiz algumas contas e pude conversar com os amigos que me deram toda a força e com aqueles, raros, porém valiosos, que me farão refletir.
Este é o momento de voltar a empresa, saber do processo legal que se segue e conversar sobre o que se passou. A entrevista de desligamento deve ser usada tanto em situações de afastamento voluntário como nos de demissão conduzida por iniciativa da empresa. Quem pede para sair de uma empresa não faz isto por acaso: melhores oportunidades de carreira? Maiores desafios? Salário? Benefícios? Clima e cultura organizacional? Estilo de liderança? Há enfim um número grande de motivos que levam alguém a querer sair de uma empresa.
Por outro lado é a oportunidade da empresa pontuar os motivos do desligamento. As empresas não são em sua essência boas ou más, mas ter o descalabro de dizer que esta desligando aquela pessoa por reestruturação é de uma maldade sem fim; ninguém demite o melhor. Explico: de fato em determinados momentos as empresas precisam cortar custos fixos e decidem demitir pessoas, mas claro que há critérios nesta escolha e geralmente eles se referem a desempenho e comportamento.
Se aquela pessoa nunca foi alertada para as dificuldades que apresentava é o momento certo para dizer o que motivou a empresa a demiti-la –é uma grande oportunidade para que ela se avalie e ao buscar um novo emprego possa cuidar para não repetir os mesmos erros e crescer.
Oportunidade de feedback – Essa ferramenta proporciona à empresa ou ao funcionário que está sendo desligado a oportunidade do feedback. Via de regra para a empresa, além das informações, promove na pessoa a percepção de que ela não esta sendo jogada no olho da rua; que a empresa a respeita e valoriza e que, portanto tratar a empresa com igual respeito é interessante.
Para o funcionário pode ser a oportunidade de manifestar suas opiniões sobre a empresa, a chefia e políticas. Apesar deste tipo de depoimento trazer certa dose de “emocionalidade”, não podemos supor que será tendencioso. As pessoas tendem a ser maduras quando percebem que há respeito.
Existem muitos modelos de entrevistas de desligamento em manuais de administração e de recursos humanos, mas com certeza cada empresa pode ter seu modelo; o interessante é que este momento seja suficientemente aberto e realizado por um representante da empresa que seja percebido como confiável e amigável, mas que seja capaz de ser firme e não se identifique e se penalize pelo outro –senão o sofrimento será de ambos e isto não ajuda nem a Pessoa desligada nem a empresa.
Na medida do possível este processo deve ocorrer num local reservado; não precisa ser a portas fechadas, mas privacidade é fundamental. Respeito é fundamental e isto significa que o entrevistador estará disponível, não atenderá telefones, não sairá correndo da sala porque passou alguém com quem ele queria falar, não dirá nunca que o outro tem sorte porque agora esta livre daquela empresa ou que o outro, coitado, é uma vítima do sistema.
Também, jamais elogiará a empresa maravilhosa, os mil benefícios, o quanto somos uma família, felizes em ver que a empresa mais uma vez fez a coisa certa. Bom senso, cortesia, respeito e condição de colocar limites, são características de um bom entrevistador.
Portanto, o entrevistador deve ser preparado para utilizar esta ferramenta até porque há um aspecto importante que nos caracteriza: somos basicamente relacionais (o modelo brasileiro de gestão passa pelas relações interpessoais com seus desdobramentos mais nefastos aí inclusos, como por exemplo, o nepotismo).
Há de modo geral um constrangimento em se tratar do desligamento das pessoas. Isto resulta na empresa não ser clara quanto ao motivo do desligamento, colocando panos quentes, omitindo ou muitas vezes inventando desculpas esdrúxulas para se justificar, passando pela conduta protetora e sua conseqüente identificação com a "vítima" do desligamento. Perdemos a isenção de ânimo frente a um fato cotidiano e vivenciado por todas as pessoas –a rejeição.
Quando um amigo se afasta, quando terminamos uma relação, quando não somos convidados para uma festa, quando somos demitidos, estamos passando pelo mesmo processo. Só que muitas vezes, nós e os que estão a nossa volta não conseguimos lidar com isto de forma clara. O que acontece?
A situação como um todo só cresce em sofrimento e aí é que falta capacitação para tecnicamente lidarmos com um evento cotidiano.
Vale ressaltar que qualquer profissional da empresa pode conduzir este processo, desde que tenha maturidade e competência para dar suporte, ouvir e analisar as informações que recebe, sem mostrar-se compadecido ou prepotente.
A questão da chefia imediata fazer a entrevista de desligamento é um pouco mais delicada pois emocionalmente ele é parte ativa deste processo e do outro lado da mesa está alguém para quem ele deu uma triste notícia –não se pode esperar que os ânimos se mantenham britanicamente sob controle!
Melhor é que a entrevista tenha neutralidade e que a chefia também seja ouvida, mas em separado.
Cuidados necessários – Alguns cuidados são necessários, especialmente por parte do entrevistador. Não se deve em hipótese nenhuma emitir juízo de valor. O ideal é que se façam perguntas claras que requeiram respostas igualmente objetivas, mas que ao serem dadas com emoção encontrem um interlocutor sereno, disponível e capaz de apontar dados e fatos que possam amenizar tal emoção, sem desmerecê-la.
As perguntas de uma entrevista de desligamento devem ser do tipo abertas e fechadas. Se for para obter respostas do tipo sim ou não, bom ou ruim, é melhor aplicar um questionário. Se for para "discutir a relação", é melhor encaminhar para um terapeuta! Esta é uma oportunidade para ambas as partes se avaliarem: quem esta sendo desligado refletir sobre suas experiências, o que aprendeu e o que contribuiu o que poderia ter aprendido e como foi seu desempenho.
A empresa refletir sobre a percepção das pessoas a seu respeito, suas políticas e práticas, no que pode evoluir. Porém algumas questões práticas devem ser abordadas: o motivo do desligamento; oportunidades que a pessoa teve de participar de cursos, por exemplo; sua avaliação dos benefícios; como ela percebe a empresa; seus planos e se for o caso orientar como a empresa pode ajudá-la a buscar um novo emprego. Sempre vale lembrar que o funcionário desligado tem o direito de se recusar a participar de uma entrevista de desligamento.
Primeiro porque ele pode estar com muita raiva, ou muito magoado. Segundo porque ele pode estar muito aliviado em sair daquele ambiente, ou ainda porque acha que não tem o que dizer, até porque às vezes não tem mesmo.
O que se deve ter em mente durante este processo é que esta na nossa frente alguém que contribuiu e que recebeu algo em troca do seu trabalho. Que tem uma percepção sobre a empresa e seu desempenho e que mesmo que esta percepção seja distorcida este é o momento para que se trate do assunto.
A empresa que se propõe a tratar do outro com respeito, com certeza também será respeitada.
Portanto, desligar não precisa ser o fim do mundo; pode ser o início de uma nova etapa, para ambas as partes. Tudo depende do grau de maturidade com que lidamos com a situação.

* Lise Steigleder Chaves é diretora de Conhecimento e Pesquisa, CC&G Gestão de Pessoas.
* Fonte: HSM

O SAPO E A ROSA

A pergunta é simples, a resposta é que é difícil; será que dou realmente valor a quem tenho do meu lado?
Reflita um pouco, pode ser que você descubra, que pode dar mais Atenção ou um mais Amor ou mais Afeto.


O SAPO E A ROSA
Era uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao saber que era a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que as pessoas somente a observavam de longe.

Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo grande, e esta era a razão pela qual ninguém se aproximava dela.
Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela imediatamente. O sapo, muito humildemente, disse: - Está bem, se é assim que você quer...
Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas. Penalizado, disse a ela: - Que coisa horrível, o que aconteceu com você?
A rosa respondeu: - É que, desde que você foi embora, as formigas me comeram dia a dia, e agora nunca voltarei a ser o que era.
O sapo respondeu: - Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti. Por isso é que eras a mais bonita do jardim...
Muitas vezes desvalorizamos os outros por crermos que somos superiores a eles, mais "bonitos", de mais valor, ou que eles não nos servem para nada. Deus não fez ninguém para "sobrar" neste mundo. Todos temos algo a aprender com outros ou a ensinar a eles, e ninguém deve desvalorizar a ninguém.
Pode ser que uma destas pessoas, a quem não damos valor, nos faça um bem que nem mesmo nós percebemos. Que Deus nos abençoe e nos ajude a enxergar a “beleza" dos outros.

Recompra de ações indica oportunidade

Empresas vão ao mercado para comprar seus próprios papéis; preços estão atraentes, dizem especialistas
Por Francine De Lorenzo
Comprar na baixa para vender na alta. Essa é a primeira lição dos especialistas para quem deseja investir em ações. A segunda, mas não menos importante, é ter sangue frio para não se deixar influenciar por perdas momentâneas.
Se por um lado as consecutivas quedas verificadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o início de maio assustam o mercado, por outro, podem representar uma boa oportunidade de negócios, garantem os analistas. Nas últimas semanas, empresas como Submarino, CSU Cardsystem, ABNote, Rossi Residencial e Bradesco anunciaram recompra de suas ações. "Isso mostra que os papéis estão realmente baratos", afirma o analista da corretora Souza Barros, Ricardo Tadeu Martins.
Revista Exame - 19/06/2006

Planeje seu futuro hoje

Só economizar não é suficiente. Para garantir um futuro sem problemas financeiros, é preciso fazer um bom planejamento, tomar as decisões certas e escolher os melhores investimentos para você
Por Giuliana Napolitano

Faz uma década que o patrimônio dos planos de previdência privada cresce, em média, 25% ao ano. Somente no primeiro semestre deste ano, mais 10 bilhões de reais foram injetados nessas aplicações. Essas são evidências de que vem crescendo a preocupação com a aposentadoria no Brasil.
Guardar dinheiro, porém, é só parte do que precisa ser feito por quem pretende ter um futuro tranqüilo. "O verdadeiro segredo da previdência é planejar", diz Luciano Snel, diretor de vida e previdência da seguradora Icatu Hartford. "Tomar as decisões certas faz muita diferença no retorno que as pessoas vão conseguir de suas aplicações."
Para ajudar os futuros aposentados, EXAME preparou um roteiro que resume os principais passos que o investidor deve seguir (veja quadro abaixo).

A previdência passo a passo
Aposentadoria é um assunto que requer atenção desde a infância. O quadro mostra os passos e os riscos a que o futuro aposentado deve prestar atenção em cada fase da vida

1 ANO
1 - Os pais devem poupar para garantir os estudos do filho
2 - O ideal é investir num plano de previdência com seguro de vida, que garanta ao filho uma renda mensal
3 - Poupando 250 reais por mês, é possível acumular 86 000 reais em 20 anos. Se algo acontecer aos pais, o seguro paga 1000 reais por mês ao filho até ele completar 24 anos
(1) Calma! A aposentadoria ainda não precisa ser uma grande preocupação, mas quem começa cedo tem vantagens

20 ANOS
1 - É hora de começar a pensar em previdência
2 - O ideal é poupar menos de 5% da renda para não sobrecarregar o orçamento. Até 80% da reserva financeira pode ser aplicada na bolsa de valores
3 - Quem guardar 150 reais por mês desde os 20 anos chegará aos 70 anos com 570 000 reais (2) Atenção! Não deixe de lado os gastos do presente, como viagens e a compra de um carro

35 ANOS
1 - Leve a sério o planejamento para a aposentadoria
2 - Quem investir 1 000 reais por mês a partir de agora terá 1 milhão de reais em 30 anos
(2). Aplique até 50% em ações
3 - Para escolher os melhores investimentos, é preciso pesquisar bastante. Leia sobre o assunto e consulte especialistas
Cuidado! Taxas de administração maiores que 3% comprometem os rendimentos

50 ANOS
1 - Faça um balanço de sua situação financeira
2 - O ideal é que o investidor já tenha conseguido acumular cerca de 70% da reserva financeira que pretende ter na aposentadoria
3 - É o momento de reavaliar as opções de investimento para ver se os retornos vêm compensando. As ações devem representar menos de 30% do portfólio
Alerta! Quem ainda não começou a poupar nesta etapa precisará de um esforço extra para economizar metade da renda

65 ANOS
1 - É o momento de pensar melhor no padrão de vida que se quer ter na aposentadoria. Equilibre metas financeiras com planos pessoais
2 - Defina quanto terá de receber por mês de suas aplicações para viver bem na velhice. Mantenha poucas ações no portfólio
3 - Quem conseguir acumular 1 milhão de reais pode contratar uma renda vitalícia de 7 700 reais(3) Perigo! Quem não formou uma reserva financeira só tem uma saída: vender bens para transformá-los em renda

(1) Cálculo da SulAmérica. Parte da poupança é destinada ao seguro de vida
(2) O cálculo pressupõe uma taxa de juro real de 6% ao ano
(3) Cálculo da Icatu Hartf ord para homens. As mulheres receberiam apenas 7 123 reais, porque sua expectativa de vida é maior

O fator fundamental de qualquer planejamento para a aposentadoria é o tempo. Como se trata de um projeto de longuíssimo prazo, quem começa antes leva vantagem, porque consegue formar uma reserva maior com menos sacrifício.

O conselho dos especialistas é poupar desde cedo, mas sem exageros. "Os jovens têm necessidades financeiras mais urgentes que a aposentadoria, como a compra de um carro ou da casa própria", diz Renato Russo, vice-presidente de previdência da seguradora SulAmérica. "O ideal é guardar uma quantia que não faça falta, menos de 5% da renda, para não cair na tentação de cortar essa poupança." Quem economiza apenas 150 reais por mês desde os 20 anos, por exemplo, chega aos 70 com uma reserva de 57 0000 reais, calculada em termos reais, isto é, já descontada a inflação. Para chegar ao mesmo montante a partir dos 40 anos, é preciso investir quase quatro vezes mais.

Cifras de seis ou sete dígitos impressionam, mas é difícil dizer qual é o valor ideal para garantir uma aposentadoria tranqüila. "Pode faltar dinheiro ou até mesmo sobrar", diz Laurence J. Kotlikoff, professor de finanças da Universidade de Boston e dono de uma empresa que faz estimativas de renda para aposentados. "Há pessoas que sofrem durante a aposentadoria por não ter acumulado recursos suficientes, e outras que sofrem antes, poupando cada centavo para o futuro, para depois ver que não precisariam de tudo aquilo para viver na velhice." Segundo Kotlikoff, isso ocorre porque é difícil estimar quanto um investidor vai precisar para viver bem daqui a 20 ou 30 anos.

Muitos analistas financeiros sugerem uma simplificação: a regra é considerar que um aposentado precisa de 70% do último salário para manter o mesmo padrão de vida. "As despesas com saúde aumentam, mas outros gastos, como a educação dos filhos e a prestação da casa própria, diminuem", diz Russo, da SulAmérica.

Quando o assunto é previdência, porém, até mesmo simplificar dá trabalho. Saber qual será seu último salário na ativa é fácil para quem está prestes a se aposentar, mas não passa de uma aposta para quem está no auge da vida profissional, ao redor dos 40 anos, por exemplo.

Por isso, ao contrário do que diz o senso comum, quem está planejando a aposentadoria deve se preocupar menos em prever o futuro e mais em poupar e fazer boas opções de investimento.

Nessa área, a primeira questão que se coloca é quanto risco o investidor está disposto a correr.

Em geral, previdência combina com bolsa de valores, porque ambos são projetos de longo prazo - e, em 10 ou 20 anos, as ações tendem a se valorizar mais que a renda fixa. A opção por mais ou menos risco, porém, depende da idade do poupador. "Quem tem até 30 anos pode colocar 80% dos recursos na bolsa, mas quem está perto de se aposentar deve manter quase tudo na renda fixa", diz Russo, da SulAmérica. O sucesso dessa estratégia depende também do perfil das empresas escolhidas. Os especialistas recomendam comprar ações de grandes companhias que pagam dividendos, porque elas são mais seguras e menos voláteis que as empresas de menor porte.

Outra decisão que o investidor precisa tomar é escolher entre planos de previdência e fundos de investimento. A principal vantagem é tributária. Nos planos, o imposto de renda só é cobrado no resgate - até lá, o dinheiro devido ao Fisco rende juros ao poupador. Nos fundos, o imposto é debitado do patrimônio da carteira a cada seis meses. Além disso, desde 2005 o investidor pode optar por um entre dois regimes de tributação -- e, se fizer uma boa escolha, vai pagar menos imposto que nos fundos. Um desses regimes de tributação é conhecido como decrescente. Nele, o que determina o imposto a ser pago é o prazo do investimento. Quem fizer uma aplicação hoje e decidir resgatar o dinheiro em menos de dois anos terá um desconto de 35%. A mordida diminui com o tempo até chegar ao mínimo de 10% depois de dez anos, a menor alíquota do sistema financeiro.

Cálculos feitos por especialistas mostram que esse sistema é indicado para quem investe por mais de oito anos e planeja receber mais de 4 000 reais por mês na aposentadoria. O outro regime é o progressivo. Nesse sistema, o que importa para a Receita é o valor mensal sacado. Resgates inferiores a 1 257 reais são isentos de imposto; a alíquota é de 15% para valores entre 1 257 e 2 512 reais e de 27,5% para saques superiores a 2 512 reais (veja quadro nesta página). É o regime ideal para o aposentado que poupar por menos de oito anos e sacar menos de 4 000 reais por mês de seu plano.

Aproveitar esse benefício fiscal dos planos requer ainda escolher entre um Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) ou um Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). O PGBL é mais interessante para quem faz a declaração completa de imposto de renda, porque esse plano permite abater até 12% da renda bruta no ajuste anual entregue ao Fisco. O problema é que, na hora do saque, o imposto é cobrado sobre todo o valor resgatado, não apenas sobre o rendimento. Já o VGBL é indicado para quem faz a declaração simplificada, porque o imposto incide só sobre o rendimento.

Pague menos imposto

Entenda as diferenças entre os dois regimes de tributação dos planos de previdência e escolha o melhor para o seu caso
Regime antigo (progressivo)
Dica: o que importa é o valor que será sacado por mês

Resgate mensal
Imposto (1)
Até 1 257 reais - Nenhum
De 1 257 a 2 512 reais - 15% menos189 reais
Acima de 2 512 reais - 27,5% menos503 reais

Regime novo (decrescente)
Dica: o que importa é o tempo de aplicação dos recursos
Prazo do investimento
Imposto (1)
Até 2 anos - 35%
De 2 a 4 anos - 30%
De 4 a 6 anos - 25%
De 6 a 8 anos - 20%
De 8 a 10 anos - 15%
Acima de 10 anos - 10%

(1) Cobrado sobre o valor do saqueFontes: Anapp e Receita Federal
A desvantagem dos planos de previdência privada são as taxas de administração cobradas pelos gestores.
Revista Exame 06/09/2006

Ouça o que eles dizem antes de investir

Um levantamento inédito feito pela Fundação Getulio Vargas e pela Thomson Financial, a pedido do Guia EXAME de Investimentos Pessoais, mostra os analistas que mais acertaram nas previsões sobre a bolsa
Por Giuliana Napolitano

Os relatórios de análises de ações produzidos pelas corretoras são um dos principais meios de que o leigo dispõe para se informar sobre a bolsa de valores e decidir em quais empresas investir.
São textos que descrevem a situação financeira das companhias abertas e recomendam comprar ou vender determinados papéis, estimando o potencial de alta ou de baixa para eles nos meses seguintes. A qualidade dessas previsões, porém, varia muito. Para criar uma referência para os investidores, EXAME publica o primeiro levantamento do mercado brasileiro que mostra quais são os melhores analistas de ações do país.

A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, com base no banco de dados Thomson One Analytics, da consultoria Thomson Financial.

Foram analisadas centenas de relatórios produzidos por 70 analistas das 25 maiores corretoras do país entre julho de 2004 e junho de 2006.

A FGV comparou a recomendação feita por esses profissionais com o desempenho real da ação na bolsa em cada semana, quinzena e mês e atribuiu notas a erros e acertos. Com base nesse sistema de avaliação, criou um ranking e duas categorias de premiação - a melhor empresa e o melhor profissional de análise de ações do mercado.

Os vencedores foram, respectivamente, a Merrill Lynch e os analistas Gilberto Pereira de Souza e Luiz Carlos Cesta, da Itaú Corretora.

Revista Exame 06/09/2006

Conheça o jeito mais seguro de investir na Bovespa

Diante da incerteza sobre o tamanho do ajuste no mercado acionário, hoje a forma mais segura de comprar ações é o POP
Por Márcio Juliboni
Momentos de turbulência não são, necessariamente, sinônimo de perdas na bolsa. Há várias estratégias para se defender em épocas como essa. Para os investidores menos experientes ou mais conservadores, a opção mais segura hoje é o POP (Proteção do Investimento com Participação), produto criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em fevereiro. Seu objetivo é reduzir os riscos de quem aplica no mercado de capitais – nada mal para quem quer continuar no pregão com a expectativa de obter um bom retorno mas não sabe se as perdas causadas pela crise do mercado hipotecário americano vão se agravar.
"Em termos de segurança, o POP sem dúvida é o produto do momento", afirma o diretor de Operações da Fator Corretora, Antônio Milano Neto. Todo POP garante ao investidor um preço mínimo de recompra das ações, o que reduz as expectativas de perda. Num exemplo hipotético, se o investidor contratou um POP cujo preço mínimo de recompra seja de 100 reais por papel, ele receberá esse valor no dia do vencimento da aplicação, mesmo que, no pregão, as ações estejam abaixo disso. "É uma opção interessante, porque permite controlar o risco em uma aplicação de renda variável", diz Otávio Sant’Anna, gerente de Home Broker da corretora Coinvalores.
Atualmente, há 118 tipos de contratos de POP autorizados pela Bovespa e pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Os produtos baseiam-se nos papéis de oito das companhias mais líquidas do pregão – Ambev, Bradesco, CSN, Itaú, Petrobras, Telemar, Usiminas e Vale do Rio Doce, além do PIBB (fundo de ações lançado pelo BNDES). Criados a partir de fevereiro deste ano, os primeiros POPs vencerão em 20 de agosto, mas há opções de aplicação que vencem até em meados de 2008. Cada POP é obrigado a informar o "capital protegido", isto é, por quanto o investidor poderá revender seus papéis, caso eles caiam abaixo desse piso. Para o POP da Ambev que vencerá neste mês, por exemplo, o capital protegido é de 120 reais. Se, no dia do resgate, a cotação for menor que esta, o aplicador ainda poderá vendê-los por esse preço.
Próximo de zero
O capital protegido é calculado com base na cotação dos papéis e em projeções para os próximos meses. Por isso, em alguns casos, esse "piso" pode conferir um risco próximo de zero às aplicações. Um exemplo é o POP montado com as ações preferenciais do banco Itaú (ITAU75). Essa aplicação vencerá em 18 de fevereiro de 2008. Seu capital protegido é de 85 reais – isto é, o investidor não receberá menos do que isso por seus papéis. Nesta terça-feira (14/8), esse POP era cotado a 86,43 reais na Bovespa. Um investidor que tenha aderido ao POP nesse preço já assegurou que perderá, no máximo, 1,65% daqui seis meses.
Contrapartida
É claro que segurança custa, e quem procura reduzir seus riscos também acaba abrindo mão de parte do potencial de ganhos. No POP também é assim. A contrapartida à garantia de um preço mínimo de recompra dos papéis que o investir receberá apenas parte da rentabilidade acumulada pelo papel durante o período da aplicação.
Conforme o POP escolhido, o aplicador só receberá 70% ou 80% do rendimento acumulado no período. A diferença ficará para a corretora que assumiu o risco de arcar com eventuais prejuízos para assegurar o preço mínimo do papel. Ainda assim, pode ser um bom negócio. "Em épocas de volatilidade, o princípio geral é preservar o patrimônio. Às vezes, é mais importante não perder, do que ganhar muito", afirma Júlio Capua, analista da America Invest.
O POP também está sujeito à mesma tributação de quem opera no mercado à vista de ações, e no mercado de opções, o que reduz mais o ganho líquido.
Passo-a-passo
Os POPs não são um fundo de investimento como o private equity, por exemplo, que tem um período determinado para captação e, depois, não recebe nenhum outro investidor. É possível comprar POPs até um dia antes de seu vencimento, se for interessante. Para quem pretende entrar nesse mercado, os especialistas dão os seguintes conselhos:
- comprar um POP, em essência, é comprar ações de uma empresa: por isso, escolha a companhia com melhores perspectivas de valorização;
- informe-se: o site da Bovespa traz um guia completo sobre o POP, bem como um simulador para analisar a rentabilidade do produto;
- procure uma corretora autorizada: apenas 26 corretoras têm permissão da Bovespa para operar com o POP; consulte a lista no site da bolsa;
- é possível solicitar a criação de um POP com papéis de uma empresa que não seja uma das oito já autorizadas. Neste caso, é preciso enviar uma requisição à CBLC e à Bovespa. Para ser autorizado, o novo POP precisa atender uma série de requisitos, como basear-se em papéis de uma companhia com boa liquidez.


Revista Exame 14.08.2007

A melhor escolha para você

O investidor tem hoje muito mais alternativas para aplicar o seu dinheiro. Aprenda aqui como se orientar nesse cenário cada vez mais complexo
No Brasil de até pouco tempo atrás, investir era facílimo. Bastava colocar seu dinheiro em um bom fundo de renda fixa e esquecer do assunto. Os juros elevados faziam o resto. Hoje, quem adotar essa atitude complacente vai, na melhor das hipóteses, preservar o valor de seu dinheiro no longo prazo. Para obter uma rentabilidade diferenciada e conseguir de fato tornar-se um investidor -- ou seja, alguém cujo dinheiro trabalha a seu favor --, o brasileiro terá de começar a fazer o que nunca fez com seriedade: correr riscos, pensar no longo prazo, planejar seus movimentos e calcular cuidadosamente a mordida do Fisco. Nessa hora, é normal que surja a dúvida: quais são, afinal, as melhores alternativas para cada tipo de investidor?
Para ajudar o leitor a encontrar a resposta, está nascendo o Guia EXAME de Investimentos Pessoais, a mais completa publicação do gênero já lançada no Brasil. Além da tradicional avaliação dos fundos de investimento, que EXAME realizou pela primeira vez em 1996 e que se encontra, portanto, em sua 11a versão, o guia inclui agora um elenco muito mais variado de temas, como ações, imóveis, aposentadoria, dólar e ouro. Acima de tudo, o objetivo desta edição é oferecer o maior número de facilidades e serviços para o leitor, visando torná-la uma ferramenta indispensável no processo de decidir o que é melhor para seu dinheiro.
A primeira seção do guia destina-se às ações. Grande esperança do mercado brasileiro durante muito tempo, os investimentos das pessoas físicas na bolsa só começaram a tornar-se realidade em maio de 2004, com o lançamento de ações da Natura. Hoje, 27 meses e 33 aberturas de capital depois, a bolsa entrou na agenda do pequeno investidor -- em julho, mais de 25% dos negócios realizados na Bolsa de Valores de São Paulo foram de pequenos investidores, percentual que era de meros 7% logo no início do Plano Real. Mas o que pode ser feito para turbinar os ganhos num mercado que é, por natureza, arriscado? O guia buscou a opinião das maiores feras do mercado para trazer a lista das ações mais promissoras, além de sugestões sobre as melhores estratégias para entrar na bolsa.
Exame 06/09/2006

4 tacadas certeiras na bolsa

Os caminhos mais indicados para que investidores de qualquer perfil de risco aproveitem as oportunidades de ganho com ações

Por Giuliana Napolitano
Não há dúvidas de que a bolsa brasileira está se sofisticando. Os sucessivos anúncios de aberturas de capital e a criação de regras confiáveis e transparentes para os acionistas são os exemplos mais visíveis da nova fase. Existe, porém, uma conseqüência menos óbvia, mas igualmente importante, da modernização do mercado: o surgimento de novas possibilidades para que os pequenos investidores diversifiquem a forma de aplicar em ações – e lucrem com isso. Hoje, eles podem optar por estratégias tradicionais, como pôr dinheiro num fundo que segue a variação do Índice Bovespa, ou escolher táticas mais especializadas, como montar uma carteira de ações formada apenas por empresas que pagam dividendos.
O sucesso dessas estratégias depende do momento do mercado – será difícil encontrar boas pagadoras de dividendos quando os lucros das companhias estiverem em baixa. Os resultados também dependem do perfil do investidor. Os conservadores devem ficar longe das aberturas de capital. "Quem sabe pouco sobre o mercado pode perder dinheiro, porque é complicado avaliar empresas que nem estrearam na bolsa", diz Ricardo Binelli, diretor da corretora paulista Petra. Para orientar os investidores, EXAME montou um roteiro que detalha quatro estratégias que costumam funcionar bem.
1 - Criar um clube de investimentos
Colegas de tênis no Clube Pinheiros, um dos mais tradicionais de São Paulo, criaram outro clube – de investimentos – em janeiro de 2003. "Começamos com dez amigos que queriam testar uma forma diferente de comprar ações", conta José Américo Souza, diretor aposentado do Banco do Brasil. "Ficamos surpresos com o resultado. De lá para cá, nossa carteira valorizou mais de 500%." Números como esse têm atraído cada vez mais investidores. Hoje existem 1.500 grupos do tipo no país.
Criar um clube de investimentos é simples. Basta reunir pelo menos três pessoas com o objetivo de comprar ações. Podem ser parentes, amigos, colegas de trabalho ou até desconhecidos reunidos por uma instituição financeira. Formado o grupo, é necessário escolher uma corretora para gerir a carteira e fazer recomendações de investimento. O serviço é pago. As corretoras cobram taxas que variam de 0,5% a 4% ao ano.
Uma vantagem dos clubes é o fato de serem mais flexíveis. Os participantes palpitam na gestão da carteira e escolhem o que comprar e vender. "Mas é claro que as corretoras fazem recomendações, o que é bom para quem quer aprender mais sobre o mercado", diz Milton Milioni, diretor da corretora Geração Futuro, que administra 160 clubes, inclusive o dos tenistas do Pinheiros. Os clubes também oferecem vantagens tributárias. O imposto de renda só é pago no resgate -- nos fundos, ele é semestral. Existem, no entanto, pontos negativos. "Há clubes com até 500 participantes que nem se conhecem. Na prática, é um fundo que não cumpre todas as suas obrigações legais", diz um executivo do mercado.
2 - Participar das estréias na bolsa
Participar de aberturas de capital -- os chamados IPOs, sigla em inglês de initial public offerings -- foi um dos melhores negócios da bolsa em 2004 e 2005. As ações das 18 empresas que estrearam no pregão da Bovespa nesse período subiram, em média, 9% apenas no primeiro dia de negociação, revela um estudo feito por Rodrigo Bresser Pereira, sócio da Bresser Asset Management, de São Paulo. Nos primeiros seis meses, a alta foi de 44%. Algumas empresas surpreenderam. Foi o caso da Lojas Renner: o preço de seus papéis dobrou em um semestre.
Esse desempenho vigoroso criou a ilusão de que era fácil lucrar com as aberturas de capital. É verdade, mas essa é uma estratégia arriscada para o pequeno investidor. Geralmente leigo, ele precisa avaliar - sozinho - o potencial da empresa que vai lançar ações. Sozinho porque a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proíbe os bancos e as corretoras que distribuem os papéis da novata de divulgar análises ou mesmo fazer comentários sobre a companhia por cerca de dois meses - desde o anúncio da operação até seu encerramento formal. (Nos últimos tempos, quase todas as corretores e bancos participaram desses IPOs). A saída é debruçar-se sobre o balanço da companhia para pinçar informações a respeito de receitas, lucro e endividamento, por exemplo. "O ideal é comprar uma história de crescimento, porque há mais garantias de que haverá retorno para o acionista", diz Ricardo Binelli, da Petra. Os analistas também recomendam selecionar companhias que sejam fortes em governança corporativa - de preferência, que façam parte do Novo Mercado, segmento da Bovespa que reúne as empresas mais transparentes e bem geridas do pregão.
É trabalhoso, sem dúvida, mas o esforço pode compensar. Quem analisou a metalúrgica Lupatech, por exemplo, embolsou um rendimento acima da média do mercado. Suas ações se valorizaram 11% da data da abertura de capital, em 15 de maio, até o fim de agosto -- período em que o Índice Bovespa caiu 8%. O caso da Lupatech ilustra o que a maioria dos especialistas espera para os IPOs dos próximos meses: haverá oportunidades de ganho, mas o retorno será bem mais modesto que o dos últimos dois anos. "O normal são ganhos mais moderados", diz Gilberto Kfouri Júnior, gestor do banco BNP Paribas. "Os resultados de 2004 e 2005 é que estavam fora do padrão." Segundo ele, os recordes desse período se devem a um cenário atípico, em que diversos fatores positivos para a bolsa ocorreram simultaneamente, como a sensível melhora do risco-país, a entrada maciça de estrangeiros no pregão brasileiro e o interesse dos investidores por novas empresas depois de anos sem aberturas de capital na Bovespa. Hoje, porém, tudo isso é passado. "Agora, o que conta é o potencial da empresa", diz.
3 - Aplicar em fundos de ações
É a forma mais conservadora de ingressar na bolsa - e, portanto, ideal para quem é leigo. Toda a gestão da carteira está a cargo de profissionais. O maior trabalho do investidor, nesse caso, é escolher bons administradores de recursos e analisar seu desempenho periodicamente, comparando-os com outros fundos. "Profissionais qualificados recebem uma série de relatórios de análises de ações de corretoras e, com isso, têm mais subsídios para tomar boas decisões", diz Kfouri. "Além disso, como acompanhamos o dia-a-dia do mercado, conseguimos perceber muitos movimentos de alta ou baixa na bolsa e nos antecipar." Outra vantagem dos fundos é a grande variedade de estratégias à disposição dos investidores. Existem no mercado desde carteiras bem tradicionais, como as que seguem a variação do Índice Bovespa, até alternativas mais sofisticadas, como as que aplicam apenas em ações de empresas pequenas e médias, com baixa liquidez, conhecidas como small caps. "O cotista consegue diversificar aplicando pequenos valores", diz Kfouri.
Esses serviços, é claro, têm um preço. Todos os fundos cobram taxas de administração -- que podem chegar a 5% ao ano --, e alguns descontam também taxas de performance da rentabilidade dos cotistas, que são proporcionais aos rendimentos. Uma desvantagem dos fundos é o fato de os investidores terem pouca -- ou nenhuma -- interferência na gestão das carteiras.
4 - Ganhar com dividendos
Todas as companhias brasileiras de capital aberto são obrigadas a distribuir um quarto de seu lucro em dividendos para seus acionistas. Essa regra cria uma oportunidade para os investidores que buscam retornos menos voláteis na bolsa: comprar ações de empresas grandes, estáveis e -principalmente - lucrativas para ganhar com a divisão de seus resultados. "Há menos sobressaltos porque os altos e baixos do mercado têm pouca influência nos lucros das companhias, especialmente mais maduras e de grande porte", diz Binelli, da Petra. Por isso, também é uma boa estratégia para quem pretende montar um portfólio de ações de longuíssimo prazo - direcionado, por exemplo, para financiar parte dos gastos com a aposentadoria. "O investidor tem a perspectiva de receber retornos mais consistentes."
As pagadoras de dividendos mais tradicionais da Bovespa são CPFL Energia, Itaú, Telesp, Souza Cruz e Petrobras -- isso, é claro, quando a estatal petrolífera não decide usar seus lucros para cobrir o rombo bilionário do fundo de pensão de seus funcionários, como ocorreu recentemente. A Telesp, por exemplo, pagou a seus acionistas um adicional de quase 16% sobre o preço de suas ações nos últimos 12 meses. Isso significa que, em um ano, os investidores embolsaram uma valorização de 16%, fora a alta das cotações do papel, que foi de 46% no período.
A estratégia de viver de dividendos é bastante comum nos Estados Unidos. É uma das receitas de sucesso do famoso grupo de investidoras americanas, as Beardstown Ladies. Essas senhoras, que têm entre 50 e 85 anos e vivem em Beardstown, cidadezinha de 6 000 habitantes no Meio-Oeste americano, criaram um clube de investimentos que se tornou lendário por investir em ações de empresas conhecidas e superar o rendimento médio da bolsa de Nova York por mais de uma década.
Revista Exame 06/09/2006

Como Investir na Bolsa de Valores

Livros

Assaf Neto, Alexandre. Mercado Financeiro. São Paulo: Atlas, 2005.
Número de paginas 302 - brochura.Oferece uma visão ampla e moderna dos mercados financeiros e de capitais, abordando o funcionamento de suas instituições e operações financeiras.

Andrezo, Andréa Fernandes; Lima Iran Siqueira. Mercado Financeiro: aspectos históricos e conceituais. São Paulo: Atlas, 2002. Número de paginas 373 - brochura.Este livro apresenta principais conceitos do mercado financeiro nacional, sob uma perspectiva histórica, com ênfase a partir dos anos 60, período em que surgiu o Conselho monetário nacional.

Lopes, Alexandro. Curso de Mercado Financeiro: tópicos especiais. São Paulo Atlas 2006.
Número de paginas 586 - brochura.O texto parte dos clássicos aspectos dos mercados de renda variável e fixa, com e sem intermediação financeira, adentra nas operações de seguros, previdência privada, consórcio, derivativos. Estuda, ainda, os campos da lavagem de dinheiro e da governança corporativa para, finalmente, discutir riscos de mercado.

Anfac. Cartilha do factoring. São Paulo, 2003.
Número de paginas 255 – brochura.Partindo do conceito de factoring, o trabalho aborda desde elementos históricos, características, modalidades, vantagens e desvantagens da operação até modelos de contratos adotados pela Associação Nacional de Factoring - Anfac, não olvidando os aspectos processuais e tributários do instituto.

Quiroga Mosqueira, Roberto. Tributação no Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Dialética, 1998.
Número de paginas 271.O texto fala muito sobre juros, renda fixa e a diferença sobre renda variável, define em seu texto o pais de tributação favorecida (paraísos fiscais).

Rocca, Carlo Antonio et al. Mercado de Capitais e a retomada do crescimento econômico: Os novos desafios da Bovespa, 1999.
Número de paginas 376 – brochura.O texto coloca em questão os principais obstáculos ao desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.

Covello, Sergio Carlos, Contratos Bancário. São Paulo: Leud, 1999.
Número de paginas 352 - brochura.Este livro fornece relevantes subsídios para a correta interpretação dos contratos bancários, contribuindo para evitar os abusos que, por força da técnica de adesão, esses contratos podem ensejar. Texto de referência e consulta profissional, a obra interessa tanto aos que trabalham na empresa bancária como aos que militam em outras áreas e necessitam de um guia seguro e de fácil manuseio para resolver os litígios que envolvam instituições financeiras.

Bruni, Adriano Leal. Mercados Financeiros: Para certificação profissional ANBID 10 (CPA-10) São Paulo: Atlas, 2005.
Número de paginas 456 – brochura.Constituído de sete capítulos, o texto apresenta inicialmente os conceitos gerais sobre o tema, como poupar e investir, intermediação e segmentação dos mercados financeiros. Os capítulos seguintes são: sistema financeiro nacional, ética e regulamentação, noções de economia e finanças, princípios de investimento, fundos de investimento, que incluem ações, letras hipotecárias, swaps, certificados de depósito bancário, debêntures, notas promissórias e títulos públicos.

Hull, John. Introdução aos Mercados Futuros e de Opções. 2ª edição. São Paulo: Cultura Editores Associados e BM&F, 1996.
Número de paginas 597 - brochura.Nesta edição revista e ampliada, há maior ênfase no uso de árvores binomiais na avaliação de opções, além da discussão atualizada sobre swaps, estratégias de gestão de carteira, hedging, especulação e arbitragem. No final de cada capítulo são fornecidos problemas e questões para que os leitores possam avaliar sua compreensão dos principais conceitos apresentados.

Toscano Júnior, Luis Carlos. Guia de referência para o mercado financeiro. São Paulo: EI – Edições Inteligentes, 2004.
Número de paginas 199 – brochura.Este é um manual claro e objetivo para entender esse universo, para iniciantes e para especialistas fala sobre a revolução no mercado de capitais, sobre novas formas de credito, investimento, a sofisticação da indústria de fundos, o avanço dos recebíveis.

Fortuna, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 15 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
Número de paginas 848 - acabamento brochura.O autor explica de forma resumida a origem e o funcionamento das principais instituições multilaterais de credito como o FMI e o Banco Mundial, fala sobre a facilitação na concessão de empréstimos a na aplicação em fundos de investimentos.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Investidores movem recursos de fundos de curto prazo para outros de maior risco

Por: Equipe InfoMoney 05/05/08 - 19h31
InfoMoney SÃO PAULO
- Investidores saíram de fundos de curto prazo e moveram-se em direção a carteiras de maior risco, segundo aponta o relatório semanal da consultoria EPFR Global - correspondente ao período de sete dias terminado em 30 de abril.
Antecipando-se à última reunião do Federal Reserve, terminada na quarta-feira passada, investidores resgataram US$ 32,4 bilhões de fundos de curto prazo ao redor do mundo.
Mais risco no portfólio "Investidores estão incluindo mais risco em seus portfólios como transpareceu nos últimos dados de fluxo, na medida em que fundos de títulos de yield elevado, fundos de ações de mercados emergentes e de small caps norte-americanas registraram entrada de recursos", justificou o diretor da EPFR Global, Brad Durham, em relatório.
Nos Estados Unidos, os fundos de ações registraram resgates líquidos de US$ 2,83 bilhões na semana que antecedeu a esperada decisão do Fed. Porém, as saídas registradas foram de fundos de large caps, enquanto as small caps apresentaram aplicações líquidas, "mais um sinal de visão positiva do mercado", avalia o analista-chefe da consultoria, Cameron Berndt. Europa: aversão ao risco Os fundos de ações europeus registraram resgate líquido na última semana.
O relatório da EPFR Global explica que, apesar da maioria das retiradas de recursos terem sido de apenas um fundo alemão, os dados do fluxo do continente revelam que os investidores acreditam que o pior ainda está por vir na região.
Emergentes: ações seguem captando Pela terceira vez em quatro semanas, os fundos de ações de mercados emergentes apresentaram captações fortes, o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2007.
Os fundos de ações de emergentes asiáticos registraram captação líquida de US$ 1,4 bilhão. Os fundos de ações dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram a maior captação líquida em 12 meses. Segundo os dados da EFPR Global, os fundos de ações de mercados emergentes e da América Latina tiveram as seguintes captações: Performance em milhões Região Captação Líquida Global Emerging Markets 1.028 América Latina 336,57 BRIC 462,12

Trabalho e emprego – conceitos distintos

Autor: Maria Bernadete Pupo
Área: Jurídica Sub Área: Humanos
PUBLICIDADE É comum associar as palavras emprego e trabalho como se tivessem o mesmo significado.
O “trabalho” surgiu no momento em que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao redor com o auxílio do artesão.
Após o advento da Revolução Industrial, configura-se a relação capitalista com a necessidade de organizar grupos de pessoas, processos, instrumentos criando-se a partir daí, a idéia do "emprego”, o qual sempre sugeriu relação estável, e mais ou menos duradoura, entre a empresa e o empregado.
Desde então, as noções de trabalho e de emprego foram se confundindo.
O emprego se configurou ao longo do tempo como relação estável, porque existe um contrato com vínculo, carteira assinada e sendo assim, instaura-se uma condição de conforto pelos benefícios do FGTS, 13º salário, férias e outros tantos; mas, por outro lado, também temos muitas outras obrigações, pouco agradáveis como bater cartão, submeter-se à subordinação e muitas vezes cumprir ordens e regras rígidas.
Com o passar dos tempos, o tão sonhado e confortável emprego veio sofrendo fortes alterações, em que as condições de estabilidade até então oferecidas foram perdendo forças, resultado da globalização e dos próprios adventos tecnológicos, os quais acirraram a competitividade, eliminando postos, níveis hierárquicos e deixando milhões de pessoas desempregadas, em grande parte do nosso planeta.
Hoje, as organizações não estão mais dispostas a manter o custo de um corpo permanente de empregados para realizar grande parte dos serviços de que necessitam, muitas nem têm condições de fazer isso. Vários desses trabalhos, já nem precisam ser realizados continuamente.
Nesses casos, a organização não precisa de empregados, mas sim de prestadores eventuais de tais tarefas.
Essas realidades vêm configurando um cenário de desemprego cada vez maior.
O Ministério do Trabalho registrou no mês de fevereiro de 2007 a queda de 16,2% de novos empregos com carteira assinada em relação ao verificado no mesmo mês de 2006.
Com o passar dos tempos, vemos cada vez mais a substituição gradual do emprego fixo, de longa duração e em tempo integral por outras formas de prestação de serviços como: o trabalho autônomo, o trabalho por meio de cooperativa, da terceirização dos serviços, o trabalho temporário, o trabalho em tempo parcial, o trabalho por projeto, etc.
Porém, é importante deixar registrado que, enquanto o emprego diminui, a possibilidade de trabalho aumenta vertiginosamente. E é nesse contexto que surge a figura do empreendedor.
Nesse sentido, no mundo do trabalho o profissional terá que se tornar o administrador de sua própria carreira, sendo responsável pelos seus ganhos e perdas.
No mundo do trabalho a principal manifestação ocorre através do empreendedorismo em que o profissional deve ter a capacidade de transformar desafios em oportunidades de construir projetos sociais de estimular a inovação e de buscar soluções para as necessidades latentes.
O empreendedor vê no trabalho a oportunidade de realizar seus sonhos, que não necessariamente estejam ligados restritamente ao lado financeiro.
É importante que o profissional empreendedor busque, além dos ganhos materiais, a transformação, identificando necessidades e inovando através de produtos, serviços e processos que agreguem valor aos consumidores e que, acima de tudo, lhes traga a alegria de “ser”.
Diante desse contexto, cabe a você profissional decidir pela busca constante do emprego como sinônimo de conforto e de acomodação ou pela transformação de uma situação de incerteza como prelúdio ao incentivo para buscar e enfrentar as diversas formas que se apresentam de prestação de serviços.
Descubra suas potencialidades e faça um teste!
*Maria Bernadete Pupo é consultora e gerente de RH do Centro Universitário FIEO UNIFIEO), em Osasco (SP), e autora do livro “Empregabilidade acima dos 40 anos” (ed. Expressão & Arte) http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=809

domingo, 18 de maio de 2008

Quais os riscos da cirurgia da obesidade ?

O risco de vida é o mesmo de qualquer operação de grande porte (menor que 0,5%, isto é, aproximadamente, 1 morte a cada 200 cirurgias), mas existe e deve ser considerado. Por vezes a mortalidade é precedida de reoperações, longos períodos em UTI (unidade de terapia intensiva), com sofrimento e pesar para todos. Portanto a cirurgia para tratamento da obesidade mórbida, deve ser bem avaliada pelo paciente e familiares, que devem estar cientes dos riscos de mortalidade e complicações. As principais causas de mortalidade são: Deiscência, que é a abertura de um ponto nas suturas do estômago ou intestino, levando a saída de liquido para a cavidade abdominal, causando peritonite e septicemia (infecção generalizada). Isto pode levar o paciente a nova cirurgia, para reparar esta abertura, mas mesmo assim pode causar a morte. Embolia pulmonar (sangue coagulado nos pulmões) que é o "entupimento" de de uma ou várias artérias que irrigam o pulmão, e algumas vezes pode levar o paciente a morte por insuficiência respiratória. Outras causas, bem menos comuns como: insuficiência respiratória, infarto do miocárdio, insuficiência renal, também podem levar o paciente a morte.

RESOLUÇÃO CFM N° 1.766/05 - Cirurgia Bariátrica

RESOLUÇÃO CFM N° 1.766/05

(Publicada no D.O.U., 11 jul 2005, Seção I, p. 114)
Estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos aceitos e equipe.

O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei n° 3.268/57, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n° 44.045 de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO que o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em
benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional (Art.2° do CEM);

CONSIDERANDO que o médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente (Art.5° do CEM);

CONSIDERANDO que é vedado ao médico efetuar qualquer procedimento médico sem o
esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente perigo de vida (Art. 46 do CEM);

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Medicina é órgão supervisor da éticaprofissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgador e disciplinador da classe médica, cabendo-lhe zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerça legalmente (Art.2° da Lei n°3.268/57);

CONSIDERANDO a necessidade de normatização do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida;

CONSIDERANDO o parecer aprovado na sessão plenária de 13/05/05, RESOLVE:
Art. 1° - Normatizar, nos termos dos itens do anexo desta resolução, o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.
Art. 2° - Novos procedimentos serão analisados pela Câmara Técnica sobre Cirurgia Bariátrica para Tratamento de Obesidade Mórbida.
Art. 3° - O paciente e seus familiares devem ser esclarecidos sobre os riscos da Cirurgia e a conduta a ser tomada no pós-operatório.
Art. 4° - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 13 de maio de 2005.

Dr. EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE Dra. LÍVIA BARROS GARÇÃO

Presidente Secretária-Geral

ANEXO


1- INDICAÇÕES GERAIS:

Pacientes com Índice de Massa Corpórea (ICM) acima de 40 kg/m2.
Pacientes com IMC maior que 35 kg/m2 e co-morbidades (doenças agravadas pela obesidade e que melhoram quando a mesma é tratada de forma eficaz) que ameacem a vida, tais como diabetes, apnéia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana, osteo-artrites e outras.
Idade: maiores de 18 anos. Idosos e jovens entre 16 e 18 anos podem ser operados, mas exigem precauções especiais e o custo/benefício deve ser muito bem analisado.
Obesidade estável há pelo menos cinco anos.
Pelo menos dois anos de tratamento clínico prévio, não eficaz.
Ausência de drogas ilícitas ou alcoolismo.
Ausência de quadros psicóticos ou demenciais graves ou moderados.
Compreensão, por parte do paciente e de seus familiares, dos riscos e mudanças de hábitos inerentes a uma cirurgia de grande porte e da necessidade de acompanhamento pós-operatório com a equipe multidisciplinar por toda a vida do paciente.


2 - RISCO CIRÚRGICO: deve ser compatível com o procedimento cirúrgico proposto e
ausência de doenças endócrinas de tratamento clínico.


3 - EQUIPE: precisa ser capacitada para cuidar do paciente nos períodos pré e transoperatório,
e fazer o seguimento do mesmo.

COMPOSIÇÃO: cirurgião com formação específica, clínico, nutrólogo e/ou nutricionista, psiquiatra e/ou psicólogo, fisioterapeuta, anestesiologista, enfermeiros e auxiliares de enfermagem familiarizados com o manejo desses pacientes.


4 - HOSPITAL: precisa apresentar condições adequadas para atender obesos mórbidos, bem como possuir UTI e aparelho anestésico regulável para ciclagem com grandes volumes e baixa pressão.


5 - PROCEDIMENTOS ACEITOS:


A) RESTRITIVOS:
1- BALÃO INTRAGÁSTRICO: colocação de um balão intragástrico com cerca de 500 ml de líquido, com 10% de Azul de Metileno, objetivando diminuir a capacidade gástrica do paciente, provocando a saciedade e diminuindo o volume residual disponível para os alimentos. Método provisório: o balão deve ser retirado no prazo máximo de seis meses.

INDICAÇÃO: adjuvante do tratamento de perda de peso, principalmente no preparo préoperatório de pacientes com superobesidade (IMC acima de 50kg/m2), com associação de patologias agravadas e/ou desencadeadas pela obesidade mórbida.

CONTRA-INDICAÇÕES: esofagite de refluxo; hérnia hiatal; estenose ou divertículo de esôfago; lesões potencialmente hemorrágicas como varizes e ângiodisplasias; cirurgia gástrica ou intestinal de ressecção; doença inflamatória Intestinal; uso de antiinflamatórios, anticoagulantes, álcool ou drogas e transtornos psíquicos.

COMPLICAÇÕES: aderências ao estômago; passagem para o duodeno; intolerância ao balão, com vômitos incoercíveis; úlceras e erosões gástricas; esvaziamento espontâneo do balão; obstrução intestinal por migração do balão; perfuração gástrica; infecção fúngica em torno do Balão.

VIA DE ACESSO: endoscópica.


2- GASTROPLASTIA VERTICAL BANDADA OU CIRURGIA DE MASON: Nestes procedimentos é criado um pequeno reservatório gástrico na região da cárdia, com capacidade em torno de 20 ml, regulando-se a saída por um anel de polipropileno. Estas cirurgias provocam cerca de 20% de perda de peso.

INDICAÇÕES: pacientes não compulsivos, que não tenham o hábito de ingestão de doces em abundância e não se desviem da orientação nutricional, ingerindo líquidos ricos em calorias; caso contrário, os resultados são desanimadores.

VANTAGENS: causa mínimas alterações metabólicas, com baixa morbi-mortalidade e baixo custo. Procedimento reversível, preserva a absorção e a digestão. O estômago e o duodeno permanecem acessíveis à investigação endoscópica e radiológica.

DESVANTAGENS: perda de peso insatisfatória (menos de 50% do excesso de peso) por fístula gastrogástrica ou por intolerância progressiva maior à ingestão de líquidosou pastosos hipercalóricos; maior ocorrência de vômitos; possibilidade de deiscência das linhas grampeadas,
seguida de complicações intra-abdominais; procedimento inadequado tanto para pacientes que ingerem muito doce como para portadores de esofagite de refluxo.

VIAS DE ACESSO: convencional (laparotômica) ou por videocirurgia.


3- BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL: é uma prótese de silicone que, colocada em torno do estômago proximal, faz com que este passe a ter a forma de uma ampulheta ou uma câmara acima da banda. O diâmetro interno da banda pode ser regulado no pósoperatório por injeção de líquido no reservatório situado no subcutâneo, de fácil acesso.

VANTAGENS: método reversível, pouco agressivo, permite ajustes individualizados no diâmetro da prótese. Com sua retirada é possível realizar de outros procedimentos bariátricos, mínimas repercussões nutricionais. Não há secção e sutura do estômago.Baixa morbimortalidade operatória e retorno precoce às atividades habituais.

DESVANTAGENS: custo elevado; perda de peso freqüentemente insuficiente a longo prazo; exige estrita cooperação do paciente em seguir as orientações dietoterápicas; riscos inerentes ao uso permanente de corpo estranho; inadequada para pacientes que ingerem muito doce e/ou apresentam esofagite de refluxo e hérnia hiatal; possibilidade de ocorrência de complicações a longo prazo, como migração intragástrica da banda, deslizamento da banda e complicações com o reservatório.

VIA DE ACESSO: convencional (laparotômica) ou por videocirurgia.
B) CIRURGIAS DISABSORTIVAS:
Essas cirurgias (PAYNE OU BYPASS JEJUNO-JEJUNAL) estão proscritas em vista da alta incidência de complicações metabólicas e nutricionais a longo prazo. O princípio fundamental das mesmas é a perda, pelas fezes, das calorias ingeridas. As complicações ocorrem pela grande quantidade de intestino desfuncionalizado, que leva a um supercrescimento bacteriano no extenso segmento intestinal excluído, provocando alta incidência de complicações digestivas, tais como diarréia, cirrose, pneumatose intestinal e artrites. Pelo exposto, não mais devem ser realizadas.

C) CIRURGIAS MISTAS:
As cirurgias mistas para tratamento de obesidade mórbida associam restrição e disabsorção em maior ou menor grau do intestino, dependendo da técnica empregada e da extensão do intestino delgado excluído do trânsito alimentar.

1 - CIRURGIA MISTA COM MAIOR COMPONENTE RESTRITIVO: esse grupo de cirurgias compreende as diversas modalidades de bypass gástrico com reconstituição do trânsito intestinal em “Y de Roux”.

CIRURGIAS MAIS EMPREGADAS:
CIRURGIA DE FOBI, CIRURGIA DE CAPELLA E CIRURGIA DE WITTGROVE E CLARK. Estas cirurgias, além da restrição mecânica representada pela bolsa gástrica de 30 a 50 ml, restringem a alimentação por meio de um mecanismo funcional do tipo Dumping (mal-estar provocado pela ingestão de alimentos líquidos ou pastosos hipercalóricos) e, ainda, pela exclusão da maior parte do estômago do trânsito alimentar. Com isso, o hormônio ghrelina, que aumenta o apetite e é produzido no estômago sob estímulo da chegada do alimento, tem sua produção minimizada.
Pode-se acrescentar um anel estreitando a passagem pelo reservatório antes da saída da bolsa para a alça jejunal – o que retarda o esvaziamento para sólidos, aumentando, ainda mais, a eficácia dos procedimentos.

VANTAGENS: perda de peso adequada e duradoura, com baixo índice de insucesso. Tratam a doença do refluxo. São eficientes em comedores de doces e têm baixo índice de complicações a longo prazo. Fácil controle metabólico e nutricional do paciente. São reversíveis, embora com dificuldade técnica. Apresentam ótimos resultados em termos de melhora da qualidade de vida e das doenças associadas. São as mais usadas no Brasil e nos Estados Unidos, com maior tempo de acompanhamento.


DESVANTAGENS: tecnicamente mais complexas; acesso limitado ao estômago e ao duodeno para métodos radiológicos e endoscópicos; passíveis de complicações como deiscência de suturas; maiores chances de deficiências protéicas e anemia do que as cirurgias restritivas.


VIA DE ACESSO: convencional (laparotômica) ou videocirurgia.


2- CIRURGIA MISTA COM MAIOR COMPONENTE DISABSORTIVO: São procedimentos que envolvem menor restrição da capacidade gástrica, o que permite maior ingestão alimentar, com predomínio do componente disabsortivo.


CIRURGIAS MAIS USADAS:
§ CIRURGIA DE SCOPINARO (derivação bílio-pancreática com gastrectomia distal).
§ CIRURGIA DE DUODENAL-SWITCH (derivação bílio-pancreática com gastrectomia vertical da grande curvatura e preservação do piloro). Nestas cirurgias o intestino delgado é seccionado a cerca de 250 cm da válvula íleo-cecal. O segmento distal é anastomosado ao estômago. O
§ segmento proximal é anastomosado ao íleo a 50, 100 ou 150 cm da válvula íleocecal,
dependendo da técnica escolhida.


VANTAGENS: não há restrição de alimentos ingeridos; muito eficazes em relação à perda de peso e manutenção a longo prazo; reservatório gástrico completamente acessível aos métodos de investigação radiológica e endoscópicos.

DESVANTAGENS: mais sujeitos a complicações nutricionais e metabólicas de difícil controle; maior chance de haver deficiência de vitamina B12, cálcio, e ferro; maior chance de haver desmineralização óssea; alta incidência de úlcera de boca anastomótica; aumento do número de evacuações diárias, com fezes e flatos muito fétidos.

Orientação Psicologica ao Paciente que fará cirurgia bariátrica

O tratamento cirúrgico para a obesidade mórbida, não é inócuo, apresenta risco de vida (menor que 0,5%), dificuldades de adaptação as mudanças realizadas no aparelho digestivo. Cerca de 3% dos operados poderão apresentar problemas tardios como: deslocamento do anel (quando a técnica utilizada o coloca), diarréias crônicas, desnutrição; problemas estes que necessitam, por vezes, de nova cirurgia. Além disto, um pequeno grupo de operados pode apresentar perda de peso bem abaixo do esperado. Portanto o procedimento cirúrgico deve ser bem avaliado. A participação nas reuniões para candidatos a cirurgia é indispensável, assim como uma avaliação psicológica. Procure estar ciente de tudo antes de se operar, leve um familiar próximo às consultas e reuniões; para que este esteja também ciente das mudanças, dificuldades e riscos, que a sua cirurgia pode ocasionar. Uma vez operado, siga a risca todas as instruções da equipe médica com relação a dieta, retornos, exames etc. Não acredite na informação de terceiros, procure sempre a orientação da equipe médica. Freqüente as reuniões para os já operados, onde terá informações de como comer: alimentos necessários para que não fique desnutrido, ou com anemia etc.

Porque o Paciente obeso é encaminhado para avaliação psicológica, antes da cirurgia?

A Obesidade, longe de ser uma “fraqueza de caráter” é uma doença que afeta a pessoa nos seus aspectos físico, psíquico e social. É considerada uma condição clínica multi-determinada, na qual se associam diversas causas, no processo do seu desenvolvimento. Dentre estas causas, com muita freqüência, apresentam-se os fatores psicológicos ou emocionais.

Em se tratando de pacientes obesos mórbidos, podemos afirmar que a maioria dos que chegam à Cirurgia Bariátrica traz alterações emocionais. Essas dificuldades de natureza psicológica podem estar presentes entre os fatores determinantes da obesidade exógena (reativa), ou entre as conseqüências, na obesidade endógena ou de desenvolvimento em que a pessoa apresenta excesso de peso desde o começo da vida e tende a vivenciar e a confundir os mais variados desejos com necessidade de alimento. Seu emocional é abalado pelas dificuldades, limitações e sofrimento por ser obeso.

Sendo assim, como comprovam vários estudos realizados, a avaliação e o trabalho psicológico pré e pós-operatório são de fundamental importância. Muitos pacientes resistem ao atendimento psicológico na etapa pré-cirúrgica, alegando não ter necessidade, pois já estão decididos: querem submeter-se à cirurgia da obesidade. O atendimento psicológico não visa a convencer ninguém a fazer a gastroplastia e sim preparar essa pessoa, para que possa passar pelo processo cirúrgico e, conseqüentemente, de emagrecimento, de forma saudável e tranqüila. Outra grande preocupação do paciente em relação à avaliação psicológica é o temor de ser “barrado” ou impedido pelo psicólogo da realização de seu grande desejo: submeter-se à cirurgia. Na verdade, não é esse o papel que nos cabe. Nosso objetivo é preparar adequadamente o paciente, pelo tempo que ele necessitar se preciso for. Em caso de distúrbios psiquiátricos, solicitamos acompanhamento do psiquiatra para complementar o trabalho.

Assim, o contato com o psicólogo se faz importante para a orientação, informação e apoio desse paciente na sua preparação para a cirurgia. O período imediatamente após a cirurgia é relatado pelos operados como sendo um dos mais difíceis. É a fase de recuperação do ato cirúrgico, de maior desconforto e de adaptação à dieta líquida. Junta-se a tudo isso a expectativa, a ansiedade e a insegurança: “Será que deu mesmo tudo certo?”.

Vencido o 1º período (da ingestão apenas de líquidos), a adaptação ao alimento sólido é a outra etapa.

Neste período pós-cirúrgico, o acompanhamento psicológico é voltado geralmente para a adaptação aos novos hábitos. É, sem dúvida, esse tipo de questionamento que nos traz o paciente em suas consultas. Após o 3º ou 4º mês de cirurgia, o paciente entra em nova fase: a da “lua de mel” com a cirurgia. O emagrecimento começa a ser notado por todos, os elogios tornam-se constantes, as roupas estão cada vez mais largas, há aumento da disposição e do bem estar e o paciente passa a ter maiores cuidados com sua aparência, investindo mais em si mesmo. Após 6 ou 8 meses, a perda de peso está em torno de 30 %. Tudo é novidade! Neste momento, o paciente operado não sente a menor necessidade de uma psicoterapia. É nesse período que muitos desaparecem dos consultórios dos psicólogos (e muitas vezes dos retornos médicos!).

Sentem-se tão bem, como nunca estiveram na vida: auto-suficientes, mais seguros e com a auto-estima elevada, bonitos e muitas vezes eufóricos. Contudo nesse momento a psicoterapia volta-se para a nova imagem corporal e para as repercussões que ocorrerão a partir daí na personalidade do indivíduo.

O corpo que o paciente obeso “não via”, não entrava em contato, passa a ser alvo de observações e elogios. Algumas dificuldades emocionais que estavam encobertas pela “capa de gordura” tendem a surgir. Conflitos básicos emergem e, se não forem tratados, podem fazer com que o paciente lance mão de “boicotes” ao emagrecimento como forma de evitar sofrimento. Passa, por exemplo, a ingerir grandes quantidades (divididas em pequenas porções) de alimentos pastosos com alto teor calórico, dificultando sua perda de peso ou mesmo recuperando alguns quilos.

Nesta fase, grandes mudanças estão ocorrendo e uma multiplicidade de opções se abre à frente da pessoa emagrecida e isso requer nova aprendizagem social. Assumir responsabilidades das quais era poupado por falta de condições físicas e pelas limitações que a obesidade impunha, agora colocam a pessoa diante de situações nunca vividas ou vividas há muito tempo. A obesidade, de uma certa forma, protegia. Em torno de um ano após a cirurgia, o peso do paciente operado se estabiliza. Tudo aquilo que era novidade passou a fazer parte da rotina de vida. Algumas vezes a depressão se instala. O objetivo foi alcançado: “Deixei de ser obesa, mas apesar de magra, continuo sozinha, tenho problemas no trabalho, nos relacionamentos…”.
Estudos realizados mostram que deixar de ser obeso implicará em mudanças na maneira de agir e na vida como um todo. E, ao reorganizar-se e estruturar-se novamente, freqüentemente a pessoa emagrecida necessita de ajuda.

O trabalho psicológico pode auxiliar o paciente a conhecer e a compreender melhor a si mesmo, a aderir de forma mais eficiente ao tratamento, envolvendo-o e tornando-o responsável pela vivência de criação de uma nova identidade e estimulando a sua participação efetiva no processo de emagrecimento. A cirurgia é apenas o começo.

Psicólogos do Instituto Garrido:
Aída Regina Marcondes Franques
Pedro Belarmino Garrido
Instituto Garrido

sexta-feira, 16 de maio de 2008

COMO VAI SUA AUTO-ESTIMA?

Não é nada fácil corresponder às expectativas dos outros. São os pais querendo que a gente obedeça a determinadas regras ou que escolha essa ou aquela carreira, é o namorado ou a namorada reclamando do nosso jeito, são os amigos cobrando mais atenção ou mais dedicação, os professores pedindo mais esforço, a TV e a moda exigindo um corpo bonito e roupas descoladas. Quando vemos, o mundo à nossa volta se transforma num amontoado de pressões tão diferentes que é quase impossível suportá-las. O pior é que muitas pessoas tentam atender a essas exigências sem se dar conta do quanto elas podem ser insensatas ou exageradas. Em uma música dos Paralamas do Sucesso, Herbert Viana começa cantando assim: "Eu queria ver no escuro do mundo, onde está tudo que você quer, pra me transformar no que te agrada...".

Essa frase resume a tentativa de pessoas que buscam, de todas as maneiras, agradar os outros: sujeitam-se a fazer trabalhos escolares para os colegas "menos empenhados", renunciam aos seus sonhos para seguir a carreira sugerida pelos pais, sentem-se incapazes de dizer "não" mesmo para os pedidos mais estapafúrdios ou submetem-se a regimes de fome ou a cargas altíssimas de exercícios na esperança de alcançar aquele corpo "mais que perfeito"...

Mas, afinal, para que tudo isso? Essa tentativa de ser o que o outro quer (namorado, pais, amigos e, até mesmo, desconhecidos) nada mais é do que o desejo de se sentir amado pelos outros. Essa atitude, porém, de nada adianta porque, aos olhos dessas pessoas que se esforçam tanto pelo amor dos outros, nada do que fazem é realmente suficiente. Elas acabam sempre achando que não são interessantes, competentes ou bonitas o bastante para que os outros se interessem por elas pelo que são. No final das contas, toda essa história nem tem a ver com os outros; tem a ver com a auto-estima.

A auto-estima diz respeito ao quanto somos capazes de enxergar em nós mesmos nossas qualidades, habilidades, capacidade de realização, enfim, ao quanto nos valorizamos. Quando temos uma boa auto-estima, nós nos sentimos seguros diante das pessoas e sabemos que vão gostar de nós pelo que somos. No entanto, quando nossa auto-estima é muito baixa, pensamos que devemos ser diferentes (mais bonitos, mais inteligentes, mais prestativos) para que os outros nos achem interessantes, e fica sempre a sensação de que há algo errado conosco.

É isso que acontece naquela música dos Paralamas do Sucesso. A letra fala de alguém que não se acha bom o suficiente para agradar a quem ama. Então, seu desejo é se transformar em outra pessoa. Haja baixa auto-estima, hein?

Nossa auto-estima começa a se construir desde que somos muito pequenos, quando os adultos à nossa volta (em geral, nossos familiares) nos ensinam a enxergar as nossas qualidades. Às vezes, famílias muito exigentes tornam difícil para os filhos aprenderem a se valorizar. É comum, nesses casos, que eles tenham padrões de exigência muito altos, só se sentindo bem-sucedidos quando, por exemplo, tiram dez em todas as matérias na escola.

Aprender a se valorizar, a se aceitar do jeito que você é (com suas qualidades e defeitos) e, principalmente, a gostar de si mesmo é muito importante para melhorar a auto-estima. Mas ninguém consegue fazer isso de uma hora para outra e nem existem exercícios milagrosos que possam resolver o problema. O primeiro passo é procurar fazer uma auto-avaliação realista, analisar a si mesmo com atenção e ver os aspectos bons que fazem parte de sua personalidade. Esse processo exige esforço e, muitas vezes, é necessário o auxílio de um profissional. Nesses casos, procurar um psicólogo pode tornar mais fácil o caminho para melhorar sua auto-estima.

Fonte:

Como melhorar sua auto-estima

Como melhorar a sua auto-estima

1. Transforme os lamentos em decisões. Deixe a atitude passiva de lado e assuma para si a responsabilidade de promover mudanças.

2. Escolha objetivos possíveis, mesmo que você tenha que conquistá-los pouco a pouco. Metas inatingíveis são o caminho mais fácil para a frustração e uma nova recaída na auto-estima.

3. Trabalhe seu auto-conhecimento questionando sobre seus valores e analisando o que é realmente importante para você. Isto vai ajudá-lo a tomar decisões e mudar atitudes.

4. Assuma seus defeitos e se aceite do jeito que você é. Não se trata de ser acomodado, pelo contrário. Tente melhorar o que for possível, mas não exagere buscando perfeição em tudo. Essa busca é infinita, e você pode estar desperdiçando tempo e esforços que poderiam ser dedicados a outras atividades mais produtivas e prazeirosas.

5. Encare o fracasso como algo normal. Aproveite-o como uma lição valiosa para encarar os novos desafios, e não como prova de incapacidade.

6. Expresse suas opiniões, desejos. Por outro lado, respeite as opiniões de outras pessoas. Respeitar não significa que você deva concordar necessariamente com elas.

7. Diversifique e amplie suas relações.

8. Pequenas atitudes podem significar muito: um telefonema, uma festa com os amigos, arrumação do quarto, etc.

Atenção:

1. Dê um passo de cada vez. Querer resolver tudo de uma vez na maioria das vezes não é uma atitude realista.

2. Não caia na tentação do álcool para esquecer os problemas e obstáculos. O melhor é enfrentá-los de forma otimista, sem subestimá-los ou, ao contrário, achar que são intransponíveis.

Fonte: www.sabido.com.br

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008